Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2001, propôs
que os chilenos substituam o sistema previdenciário privado pelo público.
Segundo ele, há motivos para que os cidadãos do país tenham sérias preocupações
em relação ao regime de AFPs, que oferece baixa cobertura, pouca segurança na
aposentadoria e benefícios de baixo valor.
“O Chile deveria
estar preocupado, já que é um dos países da OCDE com maiores níveis de
desigualdade previdenciária”, disse o economista durante participação na
videoconferência “Sistema Previdenciários: Experiências e Tendências Internacionais”.
Em sua opinião,
o sistema privado deveria ser substituído pelo público. “Toda a sociedade arca
com os altos custos de um sistema que privilegia, sem sombra de dúvida, o setor
financeiro. Trata-se de uma enorme perda para a sociedade. É preciso rever o
segundo pilar privado.”
Stiglitz disse
que dos 23 países que decidiram privatizar seus sistemas previdenciários, sete
já reverteram a decisão e outros consideram a possibilidade. “O que o Chile
precisa é de um primeiro pilar mais robusto, necessário para evitar a pobreza
na idade avançada e garantir um nível mínimo de segurança. Também é preciso
instituir um segundo pilar público provido de um elemento de redistribuição
forte e compartilhamento intergeracional de riscos que evite a pobreza na
velhice”, sugere.
“Alguns sistemas
estatais são de baixo custo e oferecem benefícios de qualidade aos segurados”
acrescentou o economista referindo-se às experiências de Holanda e Noruega.
Stiglitz também
comentou o case do Canadá, que possui
um fundo de pensão público independente, livre de influências políticas, capaz
de gerar retornos elevados com baixa volatilidade e despesas administrativas
reduzidas. “Tais objetivos podem ser de fato alcançados”, conclui.
Diario Financiero de Chile