Pesquisas indicam que
o envelhecimento dos empregados e a sua fraca preparação para a aposentadoria geram
ansiedade entre os empregadores. Na opinião de especialistas, parte da solução
para o problema é o provimento de educação financeira e previdenciária.
Segundo um estudo da Towers Watson, quase metade dos
empregadores do Reino Unido (49%) estão preocupados com o adiamento da
aposentadoria dos trabalhadores mais velhos ocasionada por poupanças
previdenciárias mal constituídas. A pesquisa apurou que quase dois terços (62%)
dos empregadores acreditam que o planejamento da aposentadoria tornou-se um
assunto de crescente importância em anos recentes e três quartos (74%) preveem
que o tema adquirirá ainda mais relevância daqui para frente.
Phil Percival, chefe do programa FiT Age da Towers Watson, afirmou: “No Reino Unido, mais e mais pessoas vêm
sendo forçadas a adiar a aposentadoria, gerando impacto sobre as empresas que,
por outro lado, não encorajam os funcionários a ‘tomar as rédeas’ de seu futuro
financeiro.
“As preocupações dos empregadores
são justificadas. Os empregados forçados a se aposentar tardiamente registram
maiores níveis de stress, podendo demonstrar, ainda, um menor grau de
envolvimento com o que acontece dentro das companhias. Lacunas no bem-estar
financeiro e no planejamento da aposentadoria trazem riscos para o empregador,
expondo-os a custos mais elevados. Os funcionários afetados também podem
impedir que haja uma maior rotatividade na empresa, prejudicando a captação de
novos talentos.”
Uma das razões para o adiamento da
aposentadoria pode ser a falta de conhecimentos financeiros. Apenas 1 em cada
10 empregadores acredita que seus funcionários saibam o quanto devem poupar
para a aposentadoria e somente 4 em cada 10 acreditam que os empregados têm
consciência acerca do que devem esperar do plano de pensão corporativo. Como
resultado, quase um terço dos empregadores diz que pretende dar mais atenção ao
planejamento da aposentadoria nos anos que estão por vir.
“As empresas precisam saber mais a
respeito da aposentadoria de sua força de trabalho. O baixo volume de poupança
previdenciária individual tem a ver com a resistência do indivíduo em pensar no
futuro por achar que ele ainda está distante, além de visões distorcidas sobre a
capacidade de contribuir para o plano e a alta complexidade dos sistemas
previdenciários. A fim de auxiliar os empregados a atingir seus objetivos de
aposentadoria, os empregadores precisam assumir a responsabilidade de
informa-los e educa-los o mais cedo possível”, diz Percival.
A pesquisa também demonstra que os
empregadores são céticos a respeito dos efeitos das recentes reformas
previdenciárias sobre os níveis de poupança. Menos de um terço (30%) acredita
que os novos planos de Contribuição Definida poderão garantir, aos
funcionários, um padrão de vida adequado na idade avançada. Menos da metade
(42%) também acha que as novas “liberdades previdenciárias” não ajudarão os trabalhadores
a fazer a transição para a aposentadoria, e somente 3 em cada 10 empregadores
(28%) têm a expectativa de que os jovens venham a contribuir mais para os novos
planos CD.
“Apesar das normas recentemente aprovadas
darem aos participantes mais liberdade para o uso dos recursos previdenciários,
os empregadores estão preocupados com a manutenção dos baixos níveis de aporte
aos planos. Educação, educação e educação: essa é a palavra chave para
superarmos esses obstáculos e ajudarmos os empregados a ver, de forma clara,
quais as atitudes financeiras que deverão tomar a fim de atingirem seus
objetivos”, conclui o especialista.
Training Journal