Atualmente, apenas um terço dos fundos de pensão suíços almeja
cortar custos, indicou pesquisa realizada pelo Credit Suisse. Cerca de 40% dos respondentes disseram já ter lidado
com o assunto, enquanto 70% afirmaram ter chegado ao seu limite em se tratando
de corte de despesas.
Nos últimos meses, a redução de custos era apontada como o
principal item da agenda dos fundos suíços, sobretudo após a implantação de uma
reforma estrutural que obriga as entidades a calcular a razão total de despesas
(Total Expense Ratio - TER) de suas
carteiras.
Além de renegociar taxas e ajustar as alocações de ativos,
diversos fundos - incluindo o BVK, o fundo de pensão do cantão de Zurique - têm
buscado a redução das comissões pagas a alguns provedores de serviços.
De acordo com a pesquisa da Credit
Suisse, os fundos de pensão acreditam que a diversificação e os retornos de
longo prazo passaram a ser mais relevantes do que o corte de gastos. Mais de
70% dos respondentes afirmaram que a diversificação é primordial, mesmo que
isso implique em custos mais elevados.
Nesse contexto, um dos temas mais relevantes é a exposição
direta das carteiras ao segmento de imóveis, que envolve gastos elevados de
gestão de ativos e, ainda assim, corresponde a 19% dos portfólios.
Em seu relatório, o Credit
Suisse diz que o movimento em prol de investimentos diretos no segmento
imobiliário é uma ‘vitória clara’ da indústria à medida que reduz riscos,
aumenta a diversificação e oferece basicamente o mesmo potencial de retornos
que as carteiras com maior exposição a títulos e papéis de renda variável. O banco
de investimento argumenta ainda que a tendência a favor de investimentos com
perfil de risco mais conservador, como os imóveis, é reflexo da crescente
preocupação dos fundos de pensão com o envelhecimento dos participantes.
De acordo com a pesquisa, a demografia é o segundo maior desafio
a ser enfrentado pelos fundos de pensão do país depois do longo histórico de baixas
taxas de juros. Entretanto, o Credit
Suisse salienta que as taxas geram um impacto menor sobre a alocação de
ativos se comparadas às mudanças regulatórias e fatores externos.
Mais de 40% dos fundos de pensão pesquisados afirmaram estar
dispostos a ‘baixar levemente’ a sua exposição à renda variável devido a
mudanças demográficas em sua massa de participantes, enquanto 20% manifestaram
a disposição de alterar a alocação de ativos ‘de forma significativa’.
Para cerca de 50% dos respondentes, a taxa de conversão
monetária relativamente alta passou a
ser mais importante do que o problema demográfico atravessado pelo segundo
pilar suíço.
IPE