A SBS, agência de supervisão de fundos de pensão peruana, expressou
preocupação com a lei que permite o saque de até 95,5% dos recursos acumulados
nas AFPs a partir dos 65 anos.
Nesta
semana, o Congresso peruano aprovou mudanças importantes no sistema de
previdência privada do país (SPP), entre elas a possibilidade dos participantes
utilizarem seus recursos de aposentadoria para a aquisição da casa própria.
“Na maior parte dos países, a proteção
na idade avançada é a principal finalidade dos sistemas previdenciários. A
opção pelo saque de 95,5% dos recursos descaracteriza o principal objetivo dos
fundos de pensão, que é garantir uma renda na velhice”, afirmou o
superintendente da SBS, Javier Poggi.
Como os sistemas de aposentadoria
são complementares, mudanças dessa natureza podem afetá-los negativamente, daí
a necessidade de haver um maior debate técnico acerca das medidas, alegam
especialistas.
Nessa linha, o superintendente
declarou ser necessário cuidado na utilização dos fundos como garantia de
pagamento de hipotecas, uma vez que tal uso contraria a intangibilidade dos
ativos previdenciários prevista na lei.
“Sem essa garantia, os fundos de
pensão podem sofrer forte redução. É necessário promover um amplo debate para
que possamos definir claramente quais são os objetivos do SPP”, disse Poggi.
Ainda assim, o superintendente
reconhece que o maior acesso aos fundos em casos excepcionais pode ajudar a
elevar os níveis de cobertura. Por isso, Poggi defende que os saques também
sejam permitidos em casos de rompimento do vinculo empregatício e doenças
terminais.
Gestión