Diante da reforma
da Previdência, as instituições financeiras e seguradoras teriam papel central
em ofertar melhores produtos e experiências. No setor privado, recentes
alterações na regulamentação de seguros (VGBL) e de previdência aberta (PGBL)
possibilitaram o aprimoramento da gestão de recursos de longo prazo, criaram
condições para a real competitividade e aproximaram o setor da revolução
digital. O mercado amadureceu e já superou há tempos a marca dos R$ 800
bilhões, diz Roberto Teixeira, da XP Investimentos.
No entanto, apesar
do aprimoramento, o cenário ainda é dominado pelas cinco maiores instituições
financeiras do Brasil, que concentram mais de 90% dos recursos aplicados em
fundos de previdência destinados a PGBL e VGBL. Sob a ótica da entrega de valor
aos clientes, os fundos, em sua maioria, têm rentabilidade histórica que
dificilmente superou 90% do CDI em longos períodos, seja pelas taxas cobradas
ou pela gestão muitas vezes simplista dos portfólios. Nesse contexto, e de
acordo com o horizonte de longo prazo dos recursos em previdência, novas casas
de gestão foram atraídas para esse mercado, quebrando a estagnação com uma
oferta de valor significativa, bem como novas seguradoras criaram plataformas
visando proporcionar experiência de qualidade diferenciada.
O movimento de
renovação do setor, capitaneado pela indústria independente, reduziu taxas e
ocasionou uma reação em cadeia no mercado que realoca diariamente recursos para
produtos mais rentáveis e com foco no longo prazo, por meio do mecanismo da
portabilidade, sendo que hoje cerca de 10% dos fundos de previdência voltados
para PGBL e VGBL já é composta por veículos multimercado e de renda variável, e
a tendência é o crescimento dessa parcela com o consequente aumento de
rentabilidade entregue ao cliente, respeitando os perfis de investidor.
Esse cenário mais
positivo para a acumulação de recursos e o aumento da longevidade carregam em
seu bojo a necessidade de assessorar os clientes de PGBLs e VGBLs. Uma
assessoria não apenas voltada à busca de melhores taxas e rentabilidades, mas
para olhar as melhores alternativas para o momento de usufruto dos recursos.
Hoje, esse tipo de
assessoria fica restrito a clientes de altíssima renda e patrimônio. No
entanto, é necessário que todos tenham acesso às condições que os levem a
usufruir da melhor maneira possível de seus próprios recursos
VALOR ECONÔMICO