Congresso derruba veto à renegociação de dívida
para MEIs e empresas do Simples Nacional.
Presidente Jair
Bolsonaro havia vetado o texto após ouvir Ministério da Economia, que apontou
risco de violação à responsabilidade fiscal.
O Congresso derrubou nesta quinta-feira
(10) o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao
projeto que abre um programa de renegociação de débitos tributários para MEIs
(microempreendedores individuais) e empresas do Simples Nacional.
Na Câmara, o veto foi rejeitado por 430 a 11
—eram necessários ao menos 257 deputados. No Senado, o placar foi de 65 a 2 —precisava de
pelo menos 41. Para o veto cair, as duas Casas precisavam votar a favor da
derrubada.
Bolsonaro era
contra vetar a medida, mas atendeu ao Ministério da Economia e à AGU (Advocacia-Geral
da União), que apontaram risco de violação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e
de dispositivos da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e da Constituição.
Segundo fontes da
área econômica, o impacto na arrecadação deste ano seria de aproximadamente R$
600 milhões.
O governo estima que R$ 50 bilhões poderiam ser negociados.
O Refis do Simples
permite às empresas inscritas e aos MEIs parcelar suas dívidas em até 180 meses (15 anos).
O Relp (Programa de Reescalonamento do
Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional) determina parcelas mínimas
de R$ 300 a quem aderir, com exceção dos MEIs, que poderão pagar, no mínimo, R$
50 por mês.
O desconto pode chegar a 90% no caso de multas e juros e de 100%
dos encargos legais.
A adesão poderá ser
feita até o último dia útil do mês seguinte ao da publicação da lei.
Como a
medida ainda precisa passar pela sanção presidencial, não há ainda estimativa
de data de início e fim das inscrições.
Pela regra, o
empresário endividado precisa pagar uma parte dos valores, com desconto, assim
que fizer a adesão ao Relp.
O saldo devedor restante poderá ser parcelado em
até 180 meses (15 anos), com exceção das dívidas com a Previdência, que têm
prazo limite de até 60 meses (cinco anos).
O parcelamento vence em maio de cada
ano, com início em maio de 2022.
FOLHA DE SÃO PAULO