Café da manhã fica mais caro; pão com margarina
sobe acima da inflação.
Produtos da cesta
básica sobem quase 29% em 12 meses, e doações para café da manhã caem, diz
padre Julio Lancellotti.
Tomar café da manhã
ficou mais caro para o brasileiro, já que itens como pão francês, margarina e leite
subiram acima da inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Geral de
Preços ao Consumidor - Amplo), em 12 meses até abril.
A inflação dos
itens da cesta básica bateu em 28,9% em 12 meses até abril —patamar recorde
desde que o acompanhamento começou a ser feito, em setembro do ano passado,
segundo estudo mensal feito por economistas da PUC-PR (Pontifícia Universidade
Católica do Paraná).
No caso dos
produtos do café da manhã, a alta de preços foi de 32,16%
—bem acima do registrado no IPCA de 12 meses até abril (12,13%).
O Índice de
Inflação da Cesta Básica de abril aponta que as maiores altas desse conjunto de
alimentos foram do tomate (103,26%), do café em pó (67,53%) e da batata-inglesa
(63,4%).
No período, apenas um item apresentou queda de preço: o arroz, que
ficou 11,53% mais barato.
Em um mês, o único
item que apresentou queda foi a banana-prata, de 3,18%
Servindo pão, bebida quente, biscoitos e bolos
para o café da manhã de cerca de 700 pessoas em sua paróquia, na zona leste de
São Paulo, o padre Julio Lancellotti conta que os aumentos de preços de
alimentos reduziram as doações de cestas básicas em cerca de 70%.
Em maio, a prévia da inflação, medida pelo
IPCA-15, subiu 0,59% —a alta foi mais leve do que a registrada em abril
(1,73%), mas acima do que previam os analistas.
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 bateu em 12,20% —a maior taxa
para o índice desde novembro de 2003, quando o acumulado foi de
12,69%.
Na busca por melhores preços e ofertas, o
brasileiro também aderiu mais às marcas próprias dos supermercados: 54% compram
e 62% desses consideram que a qualidade é comparável com as marcas mais
famosas.
Em 2021, esses percentuais eram de 52% e 58%, respectivamente.
FOLHA DE SÃO PAULO