A fotografia do presente faz
antever as dificuldades que a previdência provavelmente terá no futuro, na
dependência do que será feito hoje para tentar evitar que ocorram.
Estudo divulgado nesta
terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
mostra que o número de servidores públicos ativos, dentre civis e militares,
aumentou cerca de 60% em duas décadas e que o gasto anual dos governos com o
funcionalismo já ultrapassa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Apenas em 2017, os
cofres públicos destinaram R$ 725 bilhões para pagamentos de servidores ativos
na União, estados e municípios. A despesa com o funcionalismo passou de 9,6% do
PIB, em 2006, para 10,5% do PIB, em 2017. De 1995 a 2016, o total de
funcionários ativos aumentou de aproximadamente 7,5 milhões para 12 milhões.
Segundo o Ipea, a expansão concentrou-se nos municípios. Nos últimos 18 anos, o
salário médio do funcionalismo público subiu até o triplo, em termos
reais, do que a remuneração no setor privado.
Os salários médios do
funcionalismo subiram de uma a duas vezes mais em termos reais (descontada a
inflação) do que a remuneração do restante da sociedade, de 1999 a 2017, mostra
um levantamento da consultoria IDados, realizado a partir das
estatísticas da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do
Trabalho.
O levantamento mostra
que a remuneração média do funcionalismo do Poder Executivo - consideradas as
esferas municipal, estadual e federal - foi a que mais cresceu ao longo dessas
quase duas décadas. Ela passou de R$ 2.518 em 1999 para R$ 3.763 no ano
passado, a valores de 2017. A diferença representa alta real de
49%. Segundo Thais Barcellos, pesquisadora do IDados e autora do
levantamento, os reajustes foram intensos sobretudo entre 2006 e 2014, fase de
maior bonança fiscal.
VALOR ECONÔMICO