INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


A Inteligência Artificial realmente "cria" arte?

Todos os dias lemos notícias reportando sobre os avanços da Inteligência Artificial. 

Muito se discute sobre as questões éticas relacionadas à IA, sobre o seu impacto nas formas de trabalho como hoje conhecemos, sobre a necessidade de se impor limites, etc. 

Neste artigo vamos abordar uma outra questão polêmica: as criações (desenhos, pinturas, músicas, textos, enfim...) produzidas por inteligências artificias podem ser consideradas obras de arte? E ainda: podem ser consideradas "originais"?

Para melhor exemplificar com o que estamos lidando veja a imagem de capa deste artigo, criada por DALL-E (software baseado em Inteligência Artificial desenvolvido pela OpenAI, sendo uma de suas "habilidades" criar imagens a partir de descrições textuais). 

A imagem citada foi criada pelo software a partir do seguinte texto: "pintura a óleo de paisagem com estilo cubista". 

Seu funcionamento é baseado em Machine Learning, uma disciplina da área de IA que através de algoritmos possibilita aos computadores "aprenderem" com os dados para identificar padrões, construir modelos analíticos, realizar análises preditivas, etc. sem qualquer intervenção humana.

Para a grande maioria das pessoas as obras de arte são manifestações tipicamente humanas que buscam transmitir algum tipo de mensagem ou idéia (reflexões, questionamentos, posicionamentos, etc.), sejam elas criações materiais - pinturas, esculturas, etc - ou intelectuais - músicas, poesias, textos... 

Considerando estas ponderações, questiono: a imagem criada por DALL-E é uma obra de arte? 

Se levarmos em conta que ela foi gerada por um computador (intrisicamente isento de qualquer tipo de emoção) a resposta é negativa. 

Porém esta criação foi realizada a partir de um texto elaborado por um humano, com uma motivação baseada em curiosidade e experimentação! Isto é suficiente para revermos nossa resposta?

Um outro ponto frequentemente citado é a questão da originalidade. 

Por tratar-se de software cujo aprendizado foi baseado em imagens, textos, etc. já existentes questiona-se se o resultados apresentado pela IA é original. 

Porém há quem afirme que "Não existe originalidade absoluta pois a produção textual pressupõe intertextualidade" (Luca Jeronimo - https://slideplayer.com.br/slide/51857/). Quanto mais lemos maior a nossa capacidade de relacionar textos, o que incorre na intertextualidade. 

E precisamos reconhecer: o software que usamos em nosso exemplo foi baseado no modelo da inteligência artificial GPT-3, que usou em seu treinamento nada menos que 499 BILHÕES de tokens (destes cerca de 67 bilhões foram extraídos de livros, algo impossível para um humano).

Ainda assistiremos muitos debates sobre o uso de IA nas mais diversas áreas. 

O que não podemos ignorar é que a cada dia esta tecnologia evolui e apenas "algo" com esta capacidade é capaz de processar toda a quantidade de conhecimento produzida diariamente em nosso planeta. 

Aqueles que questionam a capacidade e limites da inteligência artificial precisam rever sua posição, e quem sabe aprender a tirar proveito de tamanha evolução. 

É claro que ainda há aspectos éticos associados ao assunto, mas este é um assunto para um outro artigo!

O nome DALL-E, segundo a Wikipedia, é uma junção de WALL-E - personagem do filme/animação de mesmo nome da PIXAR - e Salvador Dali, pintor espanhol famoso por suas obras surrealistas.

EDUARDO GOMES PIZA – SITE Futuro dos Negócios

 



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