Mercado espera alívio na conta de luz após nível de
reservatórios dobrar em um ano.
Para especialistas,
taxa extra pode zerar após fim da bandeira de escassez hídrica, em maio.
A caixa-d'água do
setor elétrico brasileiro inicia o período seco de 2022 com o maior volume de
água desde 2012 e especialistas já projetam o fim da taxa extra na conta de luz
em maio, com a adoção da bandeira verde na conta de luz após oito meses de cobrança da bandeira de escassez hídrica.
Segundo dados do
ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível médio dos reservatórios
das regiões Sudeste e Centro-Oeste chegou a 63,3% em março, último mês do
chamado período chuvoso.
As duas regiões concentram cerca de 70% da capacidade
de armazenamento de energia das hidrelétricas brasileiras.
O volume registrado em março é quase o dobro do
registrado no mesmo mês de 2021, ano em que o país sofreu risco de racionamento de
energia.
"O período chuvoso foi
muito bom para o setor elétrico", diz o ex-presidente do ONS (Operador
Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Eduardo Barata. "O Brasil não vive
mais risco de racionamento de energia."
Com a melhora no nível dos reservatórios, o
preço da energia no mercado atacadista está hoje em R$ 55,70 por MWh
(megawatt-hora), o menor valor possível no sistema atual.
No auge da crise,
passou três meses no teto estabelecido para 2021, de R$ 583,88 por MWh.
FOLHA DE SÃO PAULO