MERCADO DE CRÉDITO


Crédito privado começa a dar primeiros sinais de recuperação.

Taxas de juros arrefeceram e resgates no segmento perderam força nas últimas semanas

O mercado de crédito privado parece que finalmente começa a respirar aliviado. Após o estresse causado pelos episódios envolvendo Americanas e Light, que paralisou as emissões de títulos de dívida pelas empresas e aumentou a taxa média (spread) paga na negociação dos papéis para que os investidores aceitassem comprá-los, ao longo das últimas semanas já pôde ser observado algum arrefecimento.

Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) compilados pela gestora de recursos Sparta, cuja expertise é o mercado de crédito privado, o spread médio dos títulos de dívida em relação ao CDI negociados no mercado, que vinha em uma escalada praticamente ininterrupta de alta desde o início do ano, inverteu a tendência em meados de maio e passou a cair.

CEO da Sparta, Ulisses Nehmi afirma que não houve um evento pontual que mais tenha contribuído para o fechamento das taxas, mas sim um conjunto de fatores que melhoraram o ambiente de mercado.

O andamento das regras do novo arcabouço fiscal no Congresso, os dados acima do esperado do PIB (Produto Interno Bruto) e a desaceleração da inflação, que reforça a perspectiva de queda da Selic no segundo semestre, são apontadas pelo gestor entre as razões que abriram caminho para que o mercado de crédito privado começasse a esboçar os primeiros sinais de recuperação.

"O mercado de crédito privado está pouco a pouco voltando à normalidade", afirma Bruno Mori, economista e sócio fundador da consultora de planejamento financeiro Sarfin.

Mori diz que, para o investidor pessoa física, a recomendação é que o investimento no nicho de mercado seja feito por meio dos fundos, com gestores que fazem a avaliação e as trocas nas carteiras conforme o risco e o retorno de cada empresa.



FOLHA DE SÃO PAULO
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