Banco
do Brasil, Bradesco e Itaú anunciaram que vão reduzir os juros a clientes após o corte de 0,5 ponto percentual na taxa
Selic. Na última quarta-feira (18), o Banco Central definiu a taxa básica de
juros em 5,5% ao ano, nova mínima histórica.
Apesar
do anúncio, os cortes de juros, quando detalhados pelas instituições
financeiras, são limitados a poucas linhas de crédito.
O
Banco do Brasil informou que vai reduzir os juros a partir desta segunda (23).
Para pessoas físicas, o corte vai ser nas taxas de crédito salário (com débito
em conta no dia que o pagamento é creditado), crédito pessoal e crediário.
Para
empresas, a redução será apenas na modalidade desconto de cheque.
O
Bradesco comunicou que também reduzirá os juros de suas principais linhas a
partir desta segunda, mas não detalhou quais e nem qual seria o tamanho da
redução.
Já o
Itaú Unibanco afirmou que fez o repasse integral do corte na Selic nesta
sexta-feira (20), mas a medida foi restrita a duas linhas de crédito.
Para
clientes pessoa física, o banco disse ter reduzido o custo de novas
contratações de empréstimo pessoal.
Para pessoas jurídicas, o repasse é no
empréstimo para capital de giro.
O
banco também afirmou em nota que reduziria a taxa mínima da linha de crédito
imobiliário de 8,3% ao ano para 8,1% ao ano —nos dois casos, há a correção pela
TR, atualmente zerada.
No
entanto, em agosto o banco havia afirmado em nota à Folha que o
crédito para a compra da casa própria já custava a partir de 8,1% ao ano
mais TR.
Procurada
pela reportagem, a Caixa Econômica Federal disse que não havia uma definição
sobre queda de juros.
Já o
Santander não respondeu à reportagem.
Ao baixar os juros, o Banco Central visa
estimular o consumo para reanimar a economia. Com juros mais baixo,
investimentos ficam menos rentáveis enquanto o custo do crédito deveria
cair.
Em
tese, isso estimularia os brasileiros a irem às compras. Para isso funcionar,
porém, as taxas de juros cobradas do consumidor precisam efetivamente ser
reduzidas.
A
Selic é a taxa básica de juros da economia. Isso significa o custo do dinheiro
para o banco. Quando ela cai, o custo para os bancos diminui e isso abriria
espaço para um repasse ao consumidor.
Se
eles mantêm os juros, o spread (a diferença entre o custo do dinheiro e o juro
cobrado do consumidor) cresce, e tende a crescer também o lucro do banco.
FOLHA DE SÃO PAULO