Troca do benefício especial do INSS por 85/95 evita
corte no pente-fino.
Revisão vale para
aposentado especial que continua ou quer voltar a trabalhar em área insalubre.
A aposentadoria
especial por insalubridade é certamente um dos mais vantajosos benefícios
concedidos pelo INSS antes da reforma da Previdência, mas trabalhadores têm
recorrido à Justiça para trocar esse benefício por aposentadorias comuns.
Esse tipo de revisão
passou a despertar o interesse de beneficiários com mais frequência após
o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir, em junho deste
ano, que é constitucional a lei que permite ao INSS cortar aposentadorias
especiais de segurados que voltarem a exercer atividades com risco à saúde.
“Com a decisão do
STF, há pessoas adotando essa solução para não serem flagradas pelo pente-fino
do INSS”, afirma o advogado Rômulo Saraiva.
A mudança do tipo
de benefício é possível devido ao direito do segurado escolher a melhor regra
possível.
Na maioria dos
casos de aposentadorias especiais, porém, o trabalhador teria prejuízo ao fazer
a substituição por um benefício comum: ele trocaria uma renda integral por um
salário com a aplicação do desconto causado pelo fator previdenciário.
A oportunidade para
manter a renda e continuar exercendo a atividade insalubre está na regra 85/95 progressiva, criada em junho de 2015 e que
vigorou até o fim de 2019.
TROCA DE BENEFÍCIO
| PARA FUGIR DO PENTE-FINO
- O aposentado especial por
insalubridade que volta a trabalhar em área de risco pode perder a
aposentadoria
- Essa possibilidade ficou
maior após o STF confirmar que o INSS pode cortar o benefício desses
trabalhadores
- Uma estratégia para evitar o
corte é mudar o tipo de aposentadoria, por meio de revisão no INSS ou na
Justiça
- Nesse caso, a troca mais
vantajosa é para o segurado que consegue entrar na regra 85/95 progressiva
válida até 2019
Atenção
A aposentadoria especial e 85/95 progressiva mencionadas na reportagem
consideram apenas segurados que atingiram requisitos para receber esses
benefícios até 2019, antes da reforma da Previdência
O QUE FAZER
- O jeito mais simples de
evitar o corte do benefício é deixar a atividade insalubre, seja por meio
de uma transferência de função ou pela demissão
- Mas isso nem sempre é fácil
para trabalhadores que dependem do salário e não estão qualificados para
exercer outra profissão e manter a remuneração
- Outra opção é tentar obter
uma revisão do benefício especial para, caso reúna condições, passar a
receber uma aposentadoria comum
- Nesse caso, a alternativa
capaz de manter a mesma renda mensal da aposentadoria especial é o
benefício com a regra 85/95 progressiva
- Os dois benefícios são
integrais, ou seja, equivalem à média salarial dos 80% maiores salários de
contribuição ao INSS desde julho de 1994
- Como a maioria dos
trabalhadores especiais se aposentou antes dos 60 anos, a aposentadoria
comum sofreria a redução do fator previdenciário
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