Trauma da Covid faz indústria retomar estoques.
83% das empresas de
micro e pequeno porte do setor relatam alta de preços de matérias-primas,
aponta pesquisa.
Depois de anos
mantendo estoques baixos de matérias-primas, empresas voltaram a ter insumos
parados em armazéns.
Sem as garantias de preço e prazo do pré-pandemia, os negócios voltaram a estocar
peças para evitar o risco de um pedido não ser atendido por falta de material
para produzir.
Quase dois anos
depois do início da crise que desorganizou as cadeiras de abastecimento,
dificuldades com insumos ainda assombram as empresas.
Em dezembro, 83% das
micro e pequenas indústrias de São Paulo ainda relatavam alta de preços em
matérias-primas, segundo pesquisa Datafolha para o Simpi (sindicato do setor).
Para 51%, ainda havia falta de produto nos fornecedores.
Segundo a pesquisa do Simpi, além da alta de
preços de matérias-primas, as
micro e pequenas indústrias também estão pressionadas pela elevação geral de
custos.
Gastos com água, energia
elétrica, transporte e logística e mão de obra —tudo ficou mais caro.
Sondagem
da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) mostra que o nível de produção do setor, medido pela utilização da
capacidade instalada, está em 68%.
O percentual é menor do que os 70%
registrados em 2020, mas está superior à média para meses de dezembro (67%).
Os estoques das empresas (que referem-se aos
produtos prontos, não aos insumos para produção) ficaram em patamar estável e
baixo.
A escala criada pela CNI prevê que acima de 50 pontos há estoque
superior ao planejado. Em dezembro de 2021, o índice ficou em 49,1 pontos.
FOLHA DE SÃO PAULO