IA ameaça mais quem trabalha em
bancos e big techs, indica estudo.
Relatório aponta que 60 a 80% dos empregados nestes setores podem ser
atingidos pelo uso da inteligência artificial.
Uma nova geração da inteligência artificial está pronta para
derrubar totalmente antigas suposições sobre a tecnologia.
Por anos, as pessoas que
trabalham em armazéns ou restaurantes de fast food se preocuparam que a
automação poderia eliminar seus empregos.
Mas novas pesquisas sugerem que a IA
generativa —o tipo usado em chatbots como o ChatGPT da OpenAI— terá seu maior impacto
em trabalhadores de escritório com empregos bem remunerados em setores como bancos e tecnologia.
Um relatório publicado
(quinta-feira 1/02) pelo Instituto Burning Glass, um centro de pesquisa sem
fins lucrativos, e a SHRM, anteriormente conhecido como Society for Human
Resource Management, não vai tão longe a ponto de dizer que a tecnologia eliminará um grande número de empregos.
Mas deixa claro que os
trabalhadores precisam se preparar melhor para um futuro em que a IA possa
desempenhar um papel significativo em muitos locais de trabalho que, até agora,
não foram tão impactados pelo avanço tecnológico.
Para as pessoas na área de
tecnologia, isso significa que elas podem estar
construindo os seus substitutos com os avanços da IA.
Para centenas de empresas, os
pesquisadores estimaram a parcela dos gastos com folha de pagamento destinada a
trabalhadores empregados nas 200 ocupações mais propensas a serem afetadas pela
IA generativa.
Muitos desses empregos são ocupados por universitários ricos,
incluindo analistas de negócios, gerentes de marketing, desenvolvedores de
software, administradores de banco de dados, gerentes de projeto e advogados.
Empresas do setor financeiro
—incluindo Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley— são algumas das que
detêm maiores porcentagens de suas folhas de pagamento que provavelmente serão
afetadas pela IA generativa, seguidas por gigantes da tecnologia como Google,
Microsoft e Meta.
Fazer com que a IA execute
trabalhos humanos pode resultar em grandes economias para essas empresas.
A
pesquisa estima que bancos e algumas empresas de tecnologia gastam de 60% a 80%
de suas folhas de pagamento, ou mais, em trabalhadores com ocupações mais
propensas a serem impactadas pela nova tecnologia.
A maioria dos especialistas
espera que a IA principalmente mude os empregos nos próximos anos em vez de
eliminá-los —embora isso possa mudar se a tecnologia melhorar
significativamente.
O relatório destaca a
necessidade de um aumento no treinamento para preparar os trabalhadores para se
adaptarem a uma tecnologia que está chegando rapidamente, disse o CEO da SHRM,
Johnny C. Taylor Jr.
"As empresas e os governos terão que investir seriamente
para se anteciparem a isso", disse.
FINANCIAL TIMES