MERCADO 2


Governo corta projeção do PIB de 2020 de 2,40% para 2,10%

Nova estimativa vai reduzir perspectivas de arrecadação tributária e deve levar a corte de verba em ministérios

Diante da piora das expectativas para a atividade mundial com a epidemia do novo coronavírus, o Ministério da Economia reduziu a projeção oficial para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2020 de 2,40% para 2,10%. O cálculo ainda não leva em consideração os efeitos da recente crise do petróleo.

A nova estimativa, divulgada pela SPE (Secretaria de Política Econômica) nesta quarta-feira (11), gera impacto negativo nas contas do governo e deve levar a um corte nas verbas de ministérios.

O número do PIB é uma das variáveis usadas pelo governo para rodar os cálculos em torno do cumprimento da meta fiscal, estabelecida em déficit de R$ 124,1 bilhões para este ano.

A previsão para o PIB apresentada pelo governo é mais alta do que o esperado pelo mercado. O boletim Focus divulgado nesta semana pelo Banco Central aponta que as instituições financeiras esperam um crescimento de 1,99% para este ano.

O corte da estimativa para o valor do petróleo neste ano também terá impacto negativo sobre o Orçamento. O novo patamar leva o país a arrecadar menos com royalties.

A secretaria já adiantou, entretanto, que a queda no preço do barril provoca, de um lado, um choque positivo na oferta, com redução do custo de insumos de produção. De outro, gera risco de crédito a empresas.

"No momento atual, esse efeito de segunda ordem e seus desdobramentos tem se sobreposto aos efeitos positivos e são responsáveis por elevar as preocupações dos investidores globais", afirma a SPE, ressaltando que ainda há incertezas sobre o impacto dessa disputa comercial sobre a economia.

Na avaliação da pasta, a crise do coronavírus pode provocar redução das exportações, queda no preço de commodities, restrições na produção de alguns setores, recuo no preço de ativos, piora nas condições financeiras de empresas e redução no fluxo de mercadorias e pessoas.

 



FOLHA DE SÃO PAULO
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