Os fundos de
investimentos captaram em janeiro R$ 24,6 bilhões, 39% abaixo do registrado no
mesmo período de 2017 (R$ 40,6 bilhões), porém, acima do montante captado em
anos anteriores. “Vale atentar, que no início do ano passado havia a
expectativa de uma redução de juros - confirmada pela queda de 675 pontos base
da meta da taxa Selic - o que permitiu ganhos expressivos em renda fixa e
estimulou uma alocação de recursos para as carteiras desta classe”, destaca a
Anbima, que lembra ainda que naquela ocasião, os fundos de renda fixa captaram
R$ 35,7 bilhões, concentrando a maior parte dos recursos captados pela
indústria.
Já em janeiro deste
ano, a previsão é de que os juros se mantenham estáveis em 6,75% a.a até o
dezembro, o que restringe, em alguma medida, a possibilidade de ganhos na mesma
magnitude do ano passado. Mesmo assim, os fundos de renda fixa mostraram boa
performance com captação de R$ 12 bilhões, com destaque para os fundos de renda
fixa duração baixa soberano e duração livre soberano – que captaram R$ 10,5
bilhões e R$ 5,9 bilhões, respectivamente. Entre os multimercados, os tipos
Livre e Macro registraram, respectivamente, captações de R$ 3,5 bilhões e R$
3,0 bilhões.
A trajetória da
valorização das carteiras em janeiro foi acelerada após 24 de janeiro, dia do
julgamento do TRF-4, em linha com a dos principais benchmarks do mercado como o
IMA e o Ibovespa. Nas carteiras de renda fixa, os tipos duração alta Crédito
Livre e Grau de Investimento registraram ganhos de, respectivamente, 1,79% e
1,67%, ratificando a melhor performance dos sub-índices do IMA de prazos mais
longos (o IMA-B5+ avançou 4,95% e o IRF-M1+ variou 1,55 %). Entre os
Multimercados, o destaque foi o tipo Macro com rentabilidade de 3,33%, enquanto
o Multimercado Livre, que apresenta o maior patrimônio desta classe, rendeu
2,17%.
As rentabilidades mais
significativas da indústria ocorreram nos fundos de ações, que registraram
variações que se situaram entre 5,2% e 12,8%. O tipo Ações Livre, que apresenta
o maior patrimônio desta classe (R$ 81,2 bilhões), rendeu em janeiro 7%. Outros
destaques foram Ações índice Ativos (9,57%) e Ações Indexados (10,72%).
A Anbima avalia que a
perspectiva de estabilidade da taxa Selic em 2018, após um ano de queda
expressiva dos juros, tornará o cenário mais desafiador para os gestores. “A
provável elevação da volatilidade dos indicadores e ativos decorrentes das
incertezas do ano eleitoral adicionará mais fatores a este balanço de riscos e
exigirá maiores esforços de todos os agentes envolvidos na alocação dos
recursos na indústria”, aponta a associação.
Investidor OnLine