Seguradoras enfrentam ação sobre os aviões presos na Rússia diante da
guerra com a Ucrânia
AerCap, a maior
empresa de arrendamento de aeronaves do mundo, busca um total combinado de
cerca de US$ 3 bilhões em compensações.
Uma batalha judicial multibilionária sobre quem
arcará com os custos de centenas de aeronaves presas na Rússia está prestes a
começar em Londres, envolvendo arrendadores que buscam compensações de
companhias de seguro em um dos casos mais complexos e onerosos já apresentados
no tribunal superior britânico.
Conforme o The Irish Times,
companhias como AIG, Chubb e Lloyd’s of London enfrentam o que um litigante
chamou de “mega julgamento”, referente a alegações de que se negaram a cobrir
os proprietários, principalmente de jatos Boeing e Airbus que ficaram retidos
no país após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Entre os proprietários das aeronaves está a AerCap,
a maior empresa de arrendamento de aeronaves do mundo, que busca um total
combinado de cerca de US$ 3 bilhões em compensações.
A indústria de seguros de aviação enfrenta a
possibilidade de registrar a maior perda de sua história, com prejuízos que
podem superar os valores após os ataques de 11 de setembro.
Mais de 500
aeronaves, avaliadas em cerca de US$ 10 bilhões, ficaram retidas na Rússia.
Embora alguns arrendadores tenham conseguido recuperar algumas aeronaves, a
maioria permanece no país, ainda sendo operada por companhias aéreas russas.
No julgamento, que ocorrerá em um “super tribunal”
no centro de Londres, espera-se que alguns dos mais proeminentes advogados
comerciais da Inglaterra argumentem em defesa das seguradoras.
Eles devem
afirmar que é cedo demais para declarar uma perda total, especialmente porque
as aeronaves não foram destruídas e poderiam ainda ser recuperadas.
Também será
ressaltado que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode se resolver, dependendo
em parte do resultado das eleições nos EUA.
Este caso representa mais uma das disputas legais
enfrentadas pela indústria de seguros, que também lida com uma onda de
processos relacionados ao não pagamento de reivindicações de interrupção de
negócios após a pandemia de Covid-19.
Dados do grupo de análise de litígios
Solomonic indicam que, no ano passado, os demandantes ingressaram com ações no
tribunal superior britânico somando pelo menos £10,2 bilhões, o maior total de
qualquer setor.
Além de determinar se os arrendadores de aeronaves
têm cobertura de seguro, o tribunal precisará decidir quais seguradoras são
responsáveis e sob quais tipos de apólice (guerra ou “todos os riscos”).
Para
isso, o juiz irá avaliar a “causa” legal de qualquer perda – se as aeronaves
foram apreendidas pelo Estado russo ou roubadas pelas companhias aéreas.
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