Facilitar concessão de benefício após recurso
favorável a segurado.
Ideia é permitir
que o próprio conselho responsável pelos julgamentos estabeleça os parâmetros
de cálculo do valor
O INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) quer facilitar a implementação de benefícios, como aposentadorias e
pensões, que tiveram a concessão inicialmente negada e foram alvo de recurso,
com decisão favorável ao segurado no âmbito do CRPS (Conselho de Recursos
da Previdência Social).
Hoje, mesmo após o julgamento, os pedidos deferidos
ficam numa fila de espera até que um servidor do instituto analise o processo,
fixe os parâmetros de cálculo e implemente o benefício no valor obtido.
Como
resultado, segurados com direito reconhecido passam mais de ano à espera do
início dos pagamentos.
O governo pretende acelerar o processo ao permitir
que o próprio CRPS efetive a concessão do benefício. Para isso, o INSS deve
publicar uma portaria para autorizar que os membros do conselho estabeleçam os
parâmetros de cálculo dos benefícios, sem precisar esperar pelo servidor do
INSS.
A
prerrogativa valerá sempre que o governo não recorrer da decisão do julgamento
no prazo regulamentar de 30 dias. A previsão é que a portaria com as alterações
saia ainda neste mês.
Sob
as regras atuais, a fila de recursos do INSS chegou a 996,5 mil processos em
maio, dado mais recente. Além do estoque acumulado, os segurados são submetidos
a um trâmite bastante moroso.
Segundo
indicadores oficiais, um recurso leva em média 266 dias para ser enviado pelo
INSS ao CRPS e 721 dias para a realização de diligências (como coleta de
documentos, entre outras informações necessárias à análise do pedido). Essas
duas etapas são de responsabilidade do instituto.
FOLHA DE SÃO PAULO