Com expectativa de corte dos
juros, investidores veem virada em ações do varejo.
Perfil
do público, estratégias para aumentar o consumo e enxugamento de custos vão
ditar a performance das companhias do setor no ano, segundo especialistas.
Com
a perspectiva de que o Banco Central inicie do ciclo de baixa
da Selic a partir de agosto, investidores já
começaram a sinalizar que enxergam uma melhora do varejo.
Desde o início de
maio até o pregão de sexta (12), das 20 ações que mais subiram entre as que
compõem o Ibovespa, 6 são de varejistas, segundo levantamento do TradeMap.
É
um ponto de virada, porque no acumulado deste ano, apenas o Magazine Luiza e a
Petz representavam as varejistas entre as maiores altas da Bolsa brasileira.
A
ação do Magalu, inclusive, está em primeiro lugar do ranking, com valorização
de mais de 57% desde o início do ano.
O
otimismo relativo dos investidores coincide com as previsões de analistas ouvidos
pela Folha e apontam para um cenário diferente do revelado
pelas demonstrações financeiras das companhias no começo deste ano.
A
despeito das particularidades de cada segmento, as varejistas no geral têm sido
afetadas pelo patamar elevado da taxa básica de juros, mostram os balanços do
primeiro trimestre deste ano já divulgados pelas companhias do setor.
As
despesas financeiras, pressionadas pelos juros altos, prejudicaram a
lucratividade até mesmo das que obtiveram resultados operacionais robustos, com
forte crescimento de receita, e aquelas que são mais resilientes à inflação
alta —como as varejistas que atendem perfis de públicos com poder de consumo
maior.
FOLHA DE SÃO PAULO