Lucro das seguradoras avança no trimestre; perdas
no Sul serão contabilizadas durante o ano.
Seguradoras lucram
R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024.
As seguradoras
reportaram à Susep (Superintendência de Seguros Privados) lucro de R$ 7,3
bilhões no primeiro trimestre deste ano, avanço sobre os R$ 6,4 bilhões
registrados em mesmo período de 2023.
O Banco do Brasil, por meio da BB
Seguros, lidera o ranking de lucro do setor no primeiro trimestre deste ano com
ganho de R$ 1,3 bilhão, seguido pela Bradesco Seguros com R$ 1,27 bilhão,
segundo ranking elaborado pela consultoria Siscorp.
O avanço do ganho
contribui como um colchão para as perdas estimadas com o pagamento das
indenizações em curso com a tragédia do Rio Grande do Sul.
Segundo informou
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, em evento do Itaú Asset nesta
quarta-feira, 22, a entidade está perto de finalizar um levantamento preliminar
sobre os impactos no Sul para o setor de seguros. Números devem ser divulgados
até o fim da semana.
Porém, o presidente da CNseg afirmou que, apesar de
significativos, os dados revelam um quadro de coberturas limitadas em
comparação aos potenciais danos na região.
Executivos
envolvidos com resseguros afirmam que a conta será alta para o setor, porém
pequena diante da perda econômica.
“É muito prematuro falarmos sobre o total de
perdas no Rio Grande do Sul, mas a previsão de recuperação econômica do estado
deve ser em torno de R$ 90 bilhões e, aproximadamente, R$ 9 bilhões e R$ 15
bilhões arcados pelo mercado segurador”, projeta Luiz Araripe, Country Manager
da Gallagher Brasil e CEO Gallagher Re.
A Fitch divulgou
que os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul nas notas de crédito
de empresas de infraestrutura são diversos e dependerão do prazo e dos custos
para reestabelecer as operações, bem como da liquidez e da estrutura da dívida
de cada uma, com algumas geradoras de energia colocadas em observação negativa,
diz a Fitch Ratings.
“Ressaltamos que todos os projetos possuem seguro, mas os
recursos podem não ser desembolsados a tempo para apoiar as obrigações
financeiras e assim não considera as expectativas de pagamento de sinistros em
seus cenários”.
Todos concordam
que a cultura de seguros é um problema generalizado do mercado, não só dos
clientes/consumidores.
“Como citou o Leo Dale, as coberturas desejadas, muitas
vezes não estão disponíveis aos consumidores, por diversos fatores. Não vende
porque não tem massa, não tem massa porque não vende.
Precisamos aprender e
saber precificar estes riscos, assim como furacões nos Estados Unidos e
terremotos no Japão. E mesmo assim muitas residências na Flórida não conseguem
mais comprar seguros.
O problema nem é a precificação e sim a judicialização
dos sinistros, com o judiciário de lá obrigando as seguradoras a pagar aquilo
que não está precificado e nem constando no contrato”, acrescenta Cervi.
Nas projeções da
CNseg, a confederação das seguradoras, o setor de seguros vai crescer
12% neste ano, sem considerar a saúde suplementar, afirmou Oliveira.
Segundo o
dirigente, se for considerada a saúde suplementar, a indústria vai crescer menos
frente a 2023, com avanço de 11% em termos de arrecadação.
O segmento auto vai
ter expansão de 13% em 2024 e o garantia de 22% no ano.
SONHO SEGURO