- MP
de Bolsonaro suspende contrato de trabalho por 4 meses
Empresa será obrigada a dar curso
online, sem pagar salário, e não haverá bolsa-qualificação com recursos do FAT,
diz advogada.
O presidente Jair Bolsonaro publicou
na noite deste domingo (22) no Diário Oficial uma MP (medida provisória) que
autoriza suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses.
No período, o empregado deixa de
trabalhar, assim como o empregador não pagará salário.
A empresa é obrigada a
oferecer curso de qualificação online ao trabalhador e a manter benefícios,
como plano de saúde.
Pelo texto, a negociação individual
ficará acima de acordos coletivos e da lei trabalhista. Estão preservados os
direitos previstos na Constituição.
A MP diz que o curso ou o programa de
qualificação profissional online será promovido pelo empregador, diretamente ou
por meio de entidades responsáveis pela qualificação.
Uma MP tem força de lei pelo período
de 60 dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo, até que seja apreciada pelo
Congresso. Se não for votada, perde a validade.
A medida valerá durante o estado de
calamidade pública em razão do coronavírus, com prazo definido até o fim deste
ano.
A notificação deve ser de, no mínimo,
48 horas, "mediante indicação expressa dos feriados aproveitados".O governo também mexeu nas regras de saúde no trabalho.
Durante o estado de calamidade, fica suspensa a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e
complementares, exceto dos exames demissionais.
A MP determina a suspensão da
exigência de recolhimento do FGTS pelos empregadores, referente a março, abril
e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020, respectivamente.
Isso pode ser feito independentemente
do número de empregados, do regime de tributação, da natureza jurídica, do ramo
de atividade econômica e da adesão prévia.
- Possível
corte no salário e quarentena exigem faxina no orçamento familiar
Confinamento pode elevar conta de luz
e água; é hora de repensar hábitos de consumo, dizem analistas.
Os consumidores que tiverem redução da renda mensal como reflexo das medidas que o
governo Jair Bolsonaro deverá autorizar nos próximos dias precisarão
fazer nova faxina no orçamento familiar e reforçar os cuidados com as despesas.
Com mais tempo em casa, há ainda o
risco de aumentar gastos domésticos como água, luz, gás e telefone.
A quarentena também tem o potencial de atingir
quem tem o salário complementado por comissões ou atividade extra.
Especialistas dizem que, mesmo nos
casos em que os cortes ocorram no salário de apenas um dos membros da família,
o momento é propício para cortar excessos e repensar hábitos de consumo.
"Para alguns, é hora de uma operação de guerra.
Muitas pessoas podem até
não ter dívidas, mas também não têm reservas, e, em um momento no qual a renda
mensal pode ser cortada pela metade, muitos hábitos também terão de ser repensados",
diz Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de
Educadores Financeiros).
Os últimos
anos já vinham exigindo limpeza dos gastos. Ainda assim, é importante pensar em
outras economias, pois, segundo Domingos, há sempre um extra. "Seja
mudando assinaturas, fazendo trocas de produtos ou abrindo mão de certo padrão
de vida."
- Curso virtual gratuito ensina pequeno
empresário a vencer crise.
FGV vai transmitir aulas sobre como
sobreviver sem demitir em tempos de coronavírus.
A
Fundação Getulio Vargas (FGV) vai oferecer aulas gratuitas ao vivo pela
internet a partir desta segunda-feira (23) com recomendações para ajudar micro e pequenas empresas a superar a crise desencadeada
pela pandemia de coronavírus.
Professores
e convidados falarão, a partir das 20h entre segunda (23) e sexta (27),
abordando um tema diferente a cada sessão.
Entre os temas estão liderança em
cenários de crise, medidas financeiras, estratégias legais para sobreviver sem ter que demitir e táticas
emergenciais para estimular vendas.
Durante
as aulas, os empreendedores poderão esclarecer dúvidas —mas quem não conseguir
participar poderá acessar o conteúdo na página do Instagram
@rededeempresariosfgv, em que os vídeos serão postados.
As
vagas são limitadas, e os interessados precisam fazer a inscrição no site
rededeempresariosfgv.com.br.
A iniciativa é realizada pelo Centro de
Empreendedorismo e Novos Negócios da escola de administração da FGV.
- Bancos manterão biometria durante crise do
coronavírus.
Segundo o Febraban, a tecnologia é
importante para a segurança das operações.
A Febraban não pretende suspender
o uso da biometria em agências bancárias durante a crise do coronavírus porque
a tecnologia é importante para a segurança das operações feitas pelos clientes,
segundo a entidade. Mas a limpeza na superfície dos caixas eletrônicos foi reforçado.
Procurada,
a Caixa diz que seus clientes podem usar outras formas de autenticação.
Santander e Bradesco não se manifestaram.
Há
divergências quanto aos efeitos. Para o BB, a biometria é mais segura para o
sistema e permite menor exposição e contato dos clientes do que a digitação de
senha. Já o Itaú diz que a tecnologia tem o mesmo nível de exposição.
"É
possível fazer transações e saques em terminais de autoatendimento ou no caixa
sem biometria", diz o Itaú.
- Caixa
Econômica Federal coloca 70% dos funcionários em home office
Atendimentos nas agências ficarão
restritos a pagamentos de benefícios sociais e previdenciários já na
segunda-feira (23).
A Caixa Econômica Federal anunciou
neste domingo (22) que 70% dos funcionários das agências serão liberados para
trabalhar em casa a partir desta semana.
Esse contingente inclui todos os
maiores de 60 anos, grávidas e lactantes, além de funcionários que estejam nos
grupos de risco em caso de contaminação pelo novo coronavírus.
Já na segunda-feira (23), o
atendimento presencial ficará restrito ao pagamento de benefícios
previdenciários a segurados do INSS e outros benefícios sociais, como
seguro-desemprego, seguro-defeso, abono salarial e FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) para trabalhadores que não tenham o cartão-cidadão.
Além disso, as agências abrirão uma
hora mais cedo para o atendimento de idosos.
FOLHA DE SÃO PAULO