Sabe-se que a população brasileira envelhece, e esse é um dos fatores que tornam inadiável a reforma da Previdência. Mas o ritmo atual do envelhecimento populacional, mostram os estudos , é mais rápido do que se imaginava. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) intitulada “Caraterísticas Gerais dos Domicílios e dos Moradores – 2018”, divulgada em 21 de maio, revela que a parcela de brasileiros com 65 anos de idade ou mais aumentou 26% de 2012 a 2018, ao passo que a daqueles com até 13 anos recuou 6%.

Impossível descolar o perfil etário da população de questões previdenciárias. Sejam quais forem os modelos de aposentadoria que vigorarem no Brasil a partir da reforma em trâmite no Congresso Nacional, é certo que ninguém pode postergar o início das contribuições - as pessoas precisam poupar mais e melhor. Um patamar acima, em termos de segurança no futuro, estarão aqueles que buscarem um plano de previdência complementar.

A OABPrev-SP tem atuado no sentido de levar ao seu público - os advogados e seus familiares - esclarecimentos sobre a importância da poupança de longo prazo. Os resultados começam a aparecer: a média de idade dos quase 50 mil participantes do fundo da advocacia é 39 anos, abaixo do que registra a previdência privada em geral – 44 anos, conforme o estudo “Perfil dos Contribuintes para Previdência Privada”, feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

“É nossa missão fazer os mais jovens se preocuparem com a construção de uma poupança que lhes assegure um futuro tranquilo. Estamos empenhados em trazer para o plano participantes cada vez mais jovens”, afirma o presidente da OABPrev-SP, Marcelo Sampaio Soares.

Segundo Jarbas de Biagi, presidente do Conselho Deliberativo da OABPrev-SP, o aumento da longevidade e o consequente envelhecimento da população compõem uma realidade que não pode ser ignorada. “Quanto antes se adquire uma forma de proteção, melhor para o futuro”, adverte.

Sobre o caso específico do fundo da advocacia, Biagi salienta: “O trabalho de conscientização de advogados, advogadas, estagiários e estagiárias de Direito, bem como de seus familiares, que vem sendo feito está dando resultado. Isso nos deixa animados e mostra que estamos no caminho certo”.

De acordo com a pesquisa do IBGE, a população hoje residente no Brasil é de 207,8 milhões de pessoas – 5,1% a mais do que em 2012. Aqueles com 65 anos ou mais são 10,5% do total, totalizando 21,872 milhões. A população de crianças responde por 18,6% do total, ou seja, o equivalente a 38,602 milhões de pessoas.

A pesquisadora Adriana Beringuy explicou ao jornal Valor Econômico que, apesar de o contingente de crianças ainda ser bem superior ao de idosos, o envelhecimento da população atesta a necessidade de novas políticas no campo previdenciário. “É preciso observar se o Estado e a sociedade estão se preparando”, afirmou.