Economia dos Estados Unidos caminha para uma
recessão?
O índice de
emprego nos EUA ficou abaixo das expectativas e assustou o mercado de ações,
mas isso significa que uma crise está a caminho?
Nos últimos dias,
os mercados de ações globais têm despencado.
As telas de negociação nos Estados Unidos, Ásia e, até certo ponto, Europa estão inundadas com números
vermelhos piscantes.
A reviravolta repentina ocorre à medida que crescem
os temores de que a economia dos EUA—a maior do mundo—esteja desacelerando.
Especialistas dizem que a principal razão para esse
medo é que os dados de empregos dos EUA para julho, divulgados na
sexta-feira (2), foram muito piores do que o esperado.
No entanto, para alguns, falar de uma desaceleração
econômica—ou mesmo uma recessão—é um pouco prematuro.
Então, o que os números oficiais mostraram? Como
sempre acontece com a economia, há boas e más notícias.
Os empregadores dos EUA criaram 114 mil empregos em
julho, o que ficou bem abaixo das expectativas de 175 mil novas vagas.
A taxa de desemprego também subiu para 4,3%, uma
alta de quase três anos, o que desencadeou algo conhecido como "regra Sahm".
Nomeada em homenagem à economista americana Claudia
Sahm, a regra diz que se a taxa média de desemprego em três meses for meio
ponto percentual maior do que o menor nível nos últimos 12 meses, o país está
no início de uma recessão.
Neste caso, a taxa de desemprego dos EUA aumentou
em julho, então a média de três meses foi de 4,1%. Isso se compara ao menor
nível do ano passado, que foi de 3,5%.
Somando-se a essas preocupações estava o fato de
que o Federal Reserve dos EUA decidiu na semana passada não cortar as taxas
de juros.
"Não estamos em recessão agora", segundo
a própria Claudia Sahm, inventora da regra.
Ela disse à CNBC na segunda-feira que "o vetor
aponta nesta direção". Mas acrescentou: "Uma recessão não é
inevitável e há espaço substancial para reduzir as taxas de juros".
Outros são ambíguos sobre os dados de empregos.
"Embora o relatório tenha sido ruim, não foi tão ruim assim", avaliou
Neil Shearing.
BBC BRASIL NEWS