Ômicron sobrecarrega unidades de saúde e gera onda
de agressões a profissionais.
Para
especialistas, população está esgotada e desconta insatisfação em médicos e
enfermeiros.
Com a explosão de casos de ômicron e de gripe
influenza, prontos-socorros e unidade
de saúde que já operavam além do limite viram a situação piorar ainda mais com
o aumento da demanda e o afastamento de funcionários contaminados.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde
registrava até a última quinta (27), 4.707 profissionais afastados por Covid ou
síndrome gripal —o triplo do início do mês (1.585).
A demora no atendimento tem gerado revolta na
população e aumentado os casos de violência contra profissionais de saúde.
Os relatos vêm de todo o país e afetam, principalmente, médicos e pessoal da
enfermagem da APS (Atenção Primária à Saúde) e dos pronto-atendimentos.
Não há estatísticas que mensurem essa violência
atual, mas, segundo levantamento recente do Coren (Conselho Regional de Enfermagem de
São Paulo), com 252 trabalhadores do setor, 40,9% dos profissionais relatam ter
sofrido agressões verbais e outros 9,5% já foram vítimas de ataques físicos.
O
Sindicato dos Médicos de São Paulo também está levantando esses dados.
A sobrecarga
de trabalho, o esgotamento físico e psíquico dos profissionais da saúde e os
problemas estruturais (falta de medicamentos básicos, EPIs, testes, papel
higiênico, entre outros) têm sido denunciados reiteradamente pelo Sindicato dos
Médicos da capital, que já aprovou indicativo de greve, mas a paralisação
foi suspensa por decisão do Tribunal de
Justiça de São Paulo.
FOLHA DE SÃO PAULO