CPI em SP pede indiciamento do Itaú por organização criminosa para
sonegar impostos
Banco diz que conclusões da comissão
são falsas e que comprovará legalidade na Justiça
A CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) de sonegação tributária, realizada na Câmara
Municipal de São Paulo, pede o indiciamento de 97 diretores
do banco Itaú (e de empresas do grupo) por organização
criminosa, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.
O relatório final da CPI,
concluído nesta quinta-feira (5), também solicita o bloqueio de bens
dos indiciados.
A comissão encaminhará seu relatório
e todo o material levantado para o Ministério Público do Estado de São Paulo
com o pedido de que os representantes do banco respondam
criminalmente pelas ilegalidades nas quais teriam incorrido de acordo
com o grupo de vereadores.
Caberá à Promotoria decidir se procederá
com a investigação e se oferecerá denúncia à Justiça.
O grupo Itaú afirma que
as conclusões do relatório são falsas e incoerentes e que comprovará
na Justiça a legitimidade de suas condutas.
O Itaú foi investigado por simulação
de endereço em outro município, com objetivo de deixar de pagar impostos na
capital paulista, desembolsando valor menor. Ainda cabe recurso administrativo
e na Justiça.
Em maio, o Itaú fechou acordo com a CPI, presidida pelo
vereador Ricardo Nunes (MDB), comprometendo-se a trazer operações
de leasing e de cartões e a empresa Rede para São
Paulo.
Assim, a cidade passaria a arrecadar
cerca de R$ 230 milhões em impostos.
Em novembro, o prefeito de
São Paulo, Bruno Covas (PSDB), multou o banco Itaú em R$ 3,8 bilhões por
suposta fraude fiscal com base nas descobertas feitas pela CPI.
Outro Lado
Em nota da assessoria de imprensa, o
grupo Itaú repudia as conclusões do relatório final, critica a atuação da
CPI e afirma que a presença histórica do banco em Poá é incontestável.
"O banco manteve operações de
cartão de crédito e leasing neste município por cerca de 30 anos, com estrutura
de pessoal, espaço físico e tecnologia compatíveis com as atividades lá
realizadas", afirmou.
Ainda em nota, afirma que optou
por estruturar as operações na cidade por causa do incentivo
fiscal oferecido à época.
FOLHA DE SÃO PAULO