Novos capítulos da novela do Teto de Gastos e NY pesam na Bolsa em dia de Copom.

📊 Ibovespa: -0,70% (113.001 pontos)

💵  Dólar: +0,87% (R$ 5,17)

Resumão:

➡️ Impasse sobre pacote de estímulos nos EUA derruba bolsas de Wall Street;
➡️ Ibovespa reage e segue a queda, reforçada pelas incertezas sobre PEC Emergencial e teto de gastos;
➡️ Comitê de Política Monetária do BC mantém taxa Selic em 2% ao ano;
➡️ Brasil já perdeu mais de 178 mil vidas para coronavírus; média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias é a mais alta desde 7 de outubro.

Dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) é sempre recheado de suspense, e não seria diferente nesta quarta-feira (9) – a última do ano. 

Os investidores seguraram o tchan e com a tensão  de Nova York se somando às preocupações com o risco fiscal brasileiro, o Ibovespa teve um dia cinzento

Taxa de juros segue o baile

O resultado da reunião do Copom ainda não havia sido divulgado no momento em que a B3 encerrou as operações. 

Contudo, os investidores contaram com a manutenção da taxa Selic em 2% ao ano.

Dito e feito. No comunicado divulgado às 18h37, o BC parece ter acalmado o receio que pairava a respeito de um possível aumento da taxa básica de juros no começo de 2021, já que a inflação tem vindo mais alta do que o esperado.

“Apesar da elevação desde a última reunião, em particular para o ano de 2021, as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, permanecem abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”, declarou o Comitê.

Trocando em miúdos: para os membros do Comitê, as condições para que eles mantenham a taxa em 2% a.a. seguem sendo cumpridas

Segundo informações do InfoMoney, Márcio Bittar, relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial teria sido questionado por técnicos do Congresso, uma vez que o projeto “alteraria as condições em que a regra do teto de gastos teria que ser respeitada.”

Essa PEC, entre outras medidas, prevê a suspensão dos reajustes de servidores públicos e paralisação de concursos quando as despesas obrigatórias atingirem 95% do Orçamento.

O que talvez você não saiba (ou não se lembre) é que a proposta está rolando desde 2019. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, lembra tanto que ironizou, em entrevista coletiva: “Estou pensando, para dar um alerta ao governo, trazer um bolo amanhã para comemorar um ano da promessa do governo de votar a PEC Emergencial no Senado em 5 de dezembro de 2019. Já completou um ano e a PEC Emergencial não foi votada.”

Balde de água fria

Esperava-se que os índices de Wall Street tivessem um dia melhor, já que a Casa Branca voltou à mesa de negociações sobre o pacote de estímulos à economia dos Estados Unidos. 

No entanto, a oferta não agradou os democratas, principalmente pela falta do auxílio extra de US$ 300 semanais no seguro-desemprego. Para Nancy Pelosi, líder da maioria democrata na Câmara dos Vereadores, a proposta é “inaceitável”.

Apesar do pequeno progresso, o mercado financeiro leu a nova rodada de negociações como um impasse. Isso se juntou aos dados alarmantes do coronavírus no país e pronto, estrago feito.