A
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) estão na mira do Ministério Público Federal (MPF).
Investigação da Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) apura por
que a intervenção do Postalis, o fundo de pensão dos empregados dos Correios,
não foi decretada entre os anos de 2012 e 2014.
O procurador Ivan Cláudio Marx quer saber se houve ou não omissão da
Previc e da CVM no caso, já que os órgãos de controle e supervisão possuíam
evidências e documentos que apontavam para as irregularidades cometidas pelos
dirigentes do fundo de pensão e pelas instituições financeiras contratadas para
administrar o patrimônio do Postalis.
O trabalho, em fase inicial, ocorre em paralelo com as operações em
curso que apontaram que diversas aplicações do Postalis em títulos privados ou
em fundos de investimento em participação foram fraudadas e resultaram no rombo
de R$ 6 bilhões. Tanto o Tribunal de Contas da União (TCU) quanto a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão apuraram a possível omissão
dos órgãos de supervisão e fiscalização.
Conforme o acórdão do TCU que analisou o caso, a Previc realizou seis
procedimentos de fiscalização no Postalis entre 2012 e 2015, quando foram lavrados
42 autos de infração e elaboradas 10 representações por outros órgãos de
fiscalização e controle. Além disso, o documento indicou que 22 reuniões entre
representantes do xerife dos fundos de pensão e dirigentes do Postalis
ocorreram entre novembro de 2013 e 2015.
Intervenção
Além disso, o relatório da CPI dos Fundos de Pensão apontou que o
acompanhamento da Previc, com a saída dos gestores responsáveis pelas
irregularidades, com o reconhecimento das perdas em balanços e a mudança do
perfil de investimentos do Postalis, afastou a necessidade de intervenção.
O Postalis está sob intervenção da Previc desde outubro de 2017.
Entretanto, a Operação Pausare, deflagrada ontem pelo MPF e pela Polícia
Federal (PF), não tem ligação com o trabalho realizado atualmente pelo xerife
dos fundos de pensão. Todas as irregularidades identificadas estão relacionadas
à gestão da entidade fechada de previdência complementar nas administrações do
PT. Até 2012, os dirigentes do Postalis eram ligados ao PMDB. Entre 2012 e
2015, eram indicados pelo PT.
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