Reforma vai exigir que o brasileiro poupe para a aposentadoria


A proposta de reforma da Previdência, encaminhada recentemente ao Congresso, vai tornar ainda mais difícil a aposentadoria no País.

 

Caso sejam aprovadas, as mudanças exigirão do brasileiro um planejamento maior e mais rigoroso. Entre as mudanças contidas na proposta estão a ampliação da idade mínima de aposentadoria para 65 anos e a exigência de um período de contribuição de 49 anos para se ter direito ao benefício integral.

 

Diante da iminência da aprovação da reforma, a indicação de especialistas é a de que o trabalhador passe a planejar essa fase da vida com bastante antecedência, buscando alternativas para não depender apenas da Previdência Social para compor os seus rendimentos ao se aposentar.

 

Para o economista Erick Herbert Thau, diretor da área de finanças corporativas da Técnica Finance Advisory e sócio da Salix Group Investimentos, o assunto é mais complexo do que se imagina.

 

“Não faz parte da cultura de grande parte da população brasileira a elaboração de um planejamento financeiro, principalmente a parcela de menor renda, que tem menor acesso à educação e que é mais dependente da Previdência Social”, afirma ele.

 

A opinião é compartilhada por Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira. “Apesar de muito importante, a renda advinda da Previdência Social não garante, por si só, tranquilidade aos brasileiros. E a reforma deve aumentar esse impacto, já que as mudanças nas regras podem provocar perdas para boa parte dos trabalhadores”.

 

Recente pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que mais de um terço dos idosos que já estão aposentados (33,9%) continuam exercendo alguma atividade profissional. Destes, 46,9% o fazem por necessidade, alegando que o benefício não basta para pagar as contas e despesas pessoais.

 

Com este cenário, os especialistas ressaltam que o planejamento e a economia para o futuro passam a ser uma real necessidade. “Essa economia deve ser pensada o quanto antes, se possível desde o primeiro emprego, sendo ele formal ou informal. Desde tal momento, é preciso criar a cultura de não se gastar mais do que se ganha”, afirma Thau.

 

O economista recomenda que se poupe no mínimo 20% da renda mensal obtida, separando e priorizando os gastos em essenciais, como moradia, saúde, transporte e alimentação; e supérfluos, com o lazer em excesso, a aquisição de produtos sem a real necessidade para tê-los, entre outros. “Traçar esse perfil financeiro é uma forma eficaz de ver onde cada um gasta, facilitando a percepção de onde o dinheiro pode estar escoando”.

Tribuna da Bahia
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