PVA para aeronaves e embarcações deve entrar na
reforma tributária.
Medida é forma de
tributar mais ricos e ganhar apoio de prefeitos e governadores.
A nova proposta
de reforma tributária que será elaborada
pela Câmara dos Deputados deve prever também mudanças na tributação de
propriedades, o que inclui a previsão de cobrança de IPVA sobre alguns veículos aquáticos e aéreos.
Também devem entrar
no texto que será apresentado em maio regras sobre a progressividade do ITCMD
(imposto estadual sobre herança e doação) e a obrigação para que os municípios
atualizem a base de cálculo do IPTU ao menos uma vez a cada quatro anos.
Deputados do grupo
de trabalho que trata da reforma entendem que as mudanças são uma forma de
trazer mais apoio ao texto, por parte de governadores e prefeitos, além de
tornar a proposta mais justa do ponto de vista da taxação dos mais ricos.
Em relação ao IPVA,
a Constituição prevê que o tributo estadual seja cobrado dos proprietários de
veículos automotores, sem especificar quais.
Ao analisar o texto
constitucional em diversas oportunidades, o STF (Supremo Tribunal Federal)
entendeu que o imposto só alcança veículos terrestres.
Por isso, barrou a tentativa de cobrança por alguns estados,
como Rio de Janeiro, São Paulo e Amazonas, nas últimas décadas.
Para o tribunal, o
IPVA sucedeu a antiga TRU (Taxa Rodoviária Única), que historicamente excluía
do pagamento as embarcações e as aeronaves.
O objetivo da criação do imposto no
lugar da taxa foi permitir a divisão do recurso entre estados e municípios, e
não ampliar a base de incidência do tributo, segundo o Supremo.
O STF entende
ainda que tributar veículos aéreos ou aquáticos não está na competência dos
estados, pois o licenciamento destes veículos é feito pela União.
FOLHA DE SÃO PAULO