A revolução do home office está
prejudicando os trabalhadores mais jovens.
Chefes que insistem no retorno ao escritório são demonizados, mas
comparecer é melhor para sua carreira.
Eu sei que isso soa herético.
Mas se eu tivesse um filho trabalhando na Ernst & Young ou no Bank of
America que estivesse sendo instruído a comparecer com mais frequência, eu
ficaria ao lado dos chefes.
Embora a geração mais jovem seja a mais propensa a
exigir o trabalho em casa, receio que eles também
sejam os mais prejudicados por isso.
Nos últimos dois anos, tenho
ouvido histórias de pessoas na faixa dos 20 anos sobre o tédio, solidão e
frustração de estágios e empregos exclusivamente ou principalmente online.
Um
rapaz estava emocionado por entrar para o serviço público. Ele tinha sido o
primeiro de sua família a ir para a universidade, e seus pais orgulhosos, mas
pobres, compraram um terno para ele.
Mas no primeiro dia, seu gerente disse a
ele para se vestir de forma mais casual —e comparecer apenas dois dias por
semana. Sua empolgação diminuiu.
A flexibilidade pode ser uma
bênção se você é pai. Mas se você está apenas começando, seus benefícios são
menos claros.
Não estou incentivando o retorno total à rotina presencial. Mas
me preocupo que um número alarmante de pessoas na faixa dos 20 e 30 anos nunca
tenha trabalhado em tempo integral em um ambiente de escritório.
Uma pesquisa
nos EUA em outubro de 2022 constatou que 82% da Geração Z estavam nessa
situação —muitos temendo que lhes faltassem habilidades como resultado. Eles
provavelmente estavam certos.
Um novo estudo confirma a ideia
antiquada de que se sentar com colegas em um prédio pode melhorar habilidades e
satisfação no trabalho.
Engenheiros juniores de tecnologia escreveram mais
código em casa, mas receberam muito menos feedback, especialmente se eram
mulheres. No escritório, eles tinham mentoria e conselhos, o que os tornava
menos propensos a desistir.
Os seres humanos são seres
sociais; queremos sentir que pertencemos a algum lugar. Interagimos em parte
por meio das pistas não verbais que as telas de computador obscurecem.
Aqueles
de nós que tiveram sucesso no Zoom durante a pandemia já conheciam e confiavam
em nossos colegas e tinham uma boa ideia de como nossas organizações
funcionavam.
Os novos contratados não têm essa base —e um estudo da Microsoft
descobriu que funcionários que trabalham remotamente têm menos probabilidade de
entrar em contato com novos membros da equipe.
Os gurus que afirmam que trabalhar em casa é melhor para a
saúde mental podem estar subestimando o quão frágeis as pessoas podem se sentir
se não puderem trocar ideias informalmente, compartilhar preocupações de forma
discreta ou ouvir colegas discutindo os altos e baixos normais da vida
profissional.
FINANCIAL TIMES