Governo quer estimular opção por novo modelo de saque anual do FGTS


Na demissão, trabalhador ficaria só com a multa de 40%; medida preservaria recursos para construção

A equipe econômica deve definir, no início da próxima semana, os limites de saques das contas do FGTS de forma a tornar atrativa a migração dos atuais correntistas para um novo modelo, que prevê saques anuais.

De acordo com as análises de assessores do ministro da Economia, Paulo Guedes, quem migrar não poderá mais sacar a integralidade do fundo se for demitido. Nesse caso, só carregará os 40% referentes à multa rescisória.

Depois de um prazo, que ainda está em avaliação, o correntista poderia optar em retornar para o modelo antigo. O assunto foi discutido nesta sexta (19) em reunião com representantes do setor produtivo com o ministro, no Rio.

Guedes pediu a seus assessores um modelo de saques que ofereça atrativos para a migração. O plano depende de avaliação de Bolsonaro, que deverá ocorrer na próxima semana. 

Antes, a proposta previa parcelas sobre saldos de contas ativas e inativas que totalizariam R$ 30 bilhões, segundo estimativas do ministério.

Até R$ 5.000, 35%. Mais de R$ 50 mil, 10%. Logo depois da pressão das construtoras, passaram a cogitar limites de saque de até R$ 3.000 por ano.

Essas opções é que estão sendo revistas pela equipe de Guedes. O ministro quer que a nova fórmula permita um pouco mais de previsibilidade das saídas de recursos, já que quem optar pelo saque anual não poderá sacar o fundo quando for demitido.

Em momentos de crise, por exemplo, o governo não será surpreendido por uma onda de retiradas, mantendo a estabilidade das contas.

Essa solução agradou a representantes da construção, que, na quinta (18), pressionaram Bolsonaro e o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) no Planalto e conseguiram adiar o anúncio dos saques.



FOLHA DE SÃO PAULO
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