AgeTechs e WealthTechs
Os avanços no aumento da longevidade e as mudanças no sistema
financeiro global transformarão a sociedade.
Mesmo os pequenos resultados
positivos e práticos obtidos no campo da longevidade, terão tremendo efeito
multiplicador na sociedade quando estiverem ao alcance de todos.
Aumentar a
expectativa de vida funcional do ser humano em apenas um ano levará a uma
melhor qualidade de vida para bilhões de pessoas.
Por isso veremos cada vez mais o inevitável crescimento de AgeTechs,
WealthTech e inúmeras instituições e produtos financeiros inovadores,
muitos já em desenvolvimento, com importância significativa no ecossistema
da longevidade.
As fintechs estão redefinindo o setor bancário ao
conectarem os serviços financeiros aos consumidores das novas gerações através
de dispositivos moveis.
No entanto, o foco das fintechs recai nos
consumidores mais jovens e nos adultos e não naquele 1 bilhão de pessoas
aposentadas que representam uma oportunidade de mercado de US$ 18 trilhões.
Como as fintechs e os bancos tradicionais não vem sendo
capazes de oferecer soluções para os cidadãos do sétimo continente, vem
surgindo os chamados challanger banks , um tipo de neobank , que tem dado os primeiros passos na adaptação de
infraestrutura voltada para pessoas com mais de 60 anos.
NeoBank é a expressão utilizada para os novos bancos que estão
entrando no mercado com uma filosofia de trabalho diferente, com facilidade de
acesso e utilização.
Existem dois tipos de neobank, aqueles que não possuem uma
licença bancária e os que tem.
Os neobanks sem licença, geralmente
oferecem uma experiência 100% digital através de um aplicativo
móvel que permite processar tudo de forma muito simples e rápida, desde a
abertura da conta até o encerramento, passando por transferências, extratos e
operações com criptomoedas.
Por não possuírem uma licença bancária, os
neobanks devem estar associados a um banco tradicional, onde o dinheiro
será depositado e que será responsável por todas as questões legais e
regulatórias.
O Challenger Bank, ao contrário do primeiro tipo, é um neobank
que tem uma licença bancária, o que que além de permitir lidar com
dinheiro físico, também permite que tenham agências, embora não sejam comuns,
pois são igualmente definidos como bancos 100% digitais que operam
via dispositivos moveis, voltados para a geração millennials e demais adultos
que buscam a vantagem de tirar todo a gestão e movimentação do dinheiro da
palma da mão, implicando em custos mais baixos.
Cunhou-se o termo “AgeTech” para se referir a
infraestrutura, tecnologias e serviços otimizados para pessoas com idade acima
de 60 anos.
No caso dos produtos financeiros, as agetechs visam
permitir que pessoas mais velhas efetuem operações bancárias com menos
dificuldade, fornecendo maior proteção contra fraudes financeiras.
Produtos
como tablets, smartphones e computadores vem sendo desenvolvidos com a
funcionalidade voltada para pessoas mais velhas e incluem sistemas de alerta
médico e fones amplificados para deficiências auditivas.
AgeTechs, porém, não se limitam aos produtos
financeiros.
Existe, por exemplo, uma demanda crescente por “casas
inteligentes” desenvolvidas para permitir que pessoas mais velhas fiquem em
suas próprias residências mesmo quando precisam de cuidados especiais.
O
mercado de soluções agetch tem potencial para chegar a US$ 2,7 trilhões
em 2025, com um crescimento anual projetado de 21%.
As “WealTechs” são uma nova geração de empresas de
tecnologia financeira que através de soluções digitais estão transformando,
especificamente, o segmento de investimentos e gestão de ativos financeiros.
Oferecem produtos e serviços que simplificam a formação de riqueza e melhoram
sua manutenção.
Entram em cena oferecendo planejamento financeiro com uso de
inteligência artificial, big data, plataformas de micro-investimento e
compra-venda de ações baseada em redes sociais.
As inovações implementadas pelas wealthtechs vem
procurando solucionar os desafios financeiros enfrentados pela maioria das
pessoas acima de 60 anos e procuram tornar melhor a “saúde financeira” delas.
Alguns exemplos de wealthtech:
§ Robôs
de investimentos | Robo-advisors são serviços com
automatização digital que usam algoritmos e machine learning para
fornecer aconselhamento financeiro aos usuários buscando as opções de
investimentos mais lucrativas e o retorno almejado, a partir do perfil de
aversão à risco do cliente e em outras variáveis.
Dispensa interface com outra
pessoa e tem custo bem menor, entre 0,25% e 0,50% do patrimônio investido,
quando comparado ao cobrado por planejadores financeiros humanos, que ficam na
faixa de 1% a 2% do patrimônio.
§ Robô de
previdência | Robo-retirement é uma variação do robô de
investimentos, nesse caso, especializada na gestão de poupança e investimentos
voltados para a aposentadoria.
§ Corretor
de valores digital |Digital brokers são softwares,
ferramentas e plataformas online que melhoram o acesso das pessoas aos seus
investimentos e aplicações financeiras.
§ Micro-investimento
| Micro-investing são tecnologias que tornam possível
investir pequenos montantes de dinheiro.
Na sexta parte do artigo falaremos das novas soluções e
instituições financeiras para a economia da longevidade. Fique ligado,
acompanhe, questione, comente.
Eder C. da Costa e Silva - sócio-gerente e fundador da E.Carva
Investimentos & Participações e autor do livro “Revolucionando os Conselhos
dos Fundos de Pensão” (ed. PoloBooks, 2020) que será lançado em breve.
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