Paula
Goto, diretora de planejamento da Previ, começa dizendo que o planejamento
estratégico é fundamental no sucesso de qualquer instituição, mais ainda quando
se trata de uma entidade que realiza ações em um horizonte de longo prazo, como
os fundos de pensão. E dentro deste processo é fundamental integrar os níveis
estratégico, tático e operacional.
Em um fundo de
pensão, diz ela, a união entre a filosofia e o planejamento se
materializa na política de investimentos. Esse alinhamento mitiga
desequilíbrios, estabelecendo uma composição de ativos que otimiza a relação entre
risco, retorno e liquidez, respeitando as estratégias do fundo. A política e os
princípios de investimentos devem estar comprometidos com transparência e
respeito às normas, favorecendo a comunicação entre os envolvidos no processo
de governança.
A política de
composição de ativos deve envolver a otimização da estrutura de investimentos,
de forma a identificar o modo mais eficiente para cumprir a missão. A alocação
de recursos deve seguir os objetivos de retorno, os limites de risco
estabelecidos para cada classe de ativos e a liquidez necessária para cada
plano administrado pela entidade. Dessa forma, a política de investimentos se
torna responsável por desdobrar a estratégia até chegar aos direcionadores da
execução do negócio. Isso só é possível porque a etapa inicial de construção do
documento é a análise macroeconômica, com a elaboração de cenários de curto,
médio e longo prazo. Essa avaliação conjuntural torna o processo de
decisão mais eficiente, ao permitir o planejamento dos investimentos e o fornecimento
de um quadro prospectivo das condições que afetam o mercado.
Recentemente foi
divulgada a resolução CMN 4.661, que dispõe sobre a aplicação dos recursos
garantidores de planos administrados pelas EFPC.
Traz alterações e melhorias em relação aos controles internos,
governança e processo decisório, além de ampliar a definição de obrigações das
diversas instâncias de decisão e atribuição de responsabilidades entre
dirigentes, assessores e todos os envolvidos no processo decisório. Também traz
questões relacionadas à restrição de investimentos diretos em imóveis. Com a
nova resolução, as políticas de investimentos devem observar instruções
auxiliares que estarão em permanente atualização.
As novas regras
evidenciam a necessidade de adoção de processos mais robustos de gestão de
riscos e segregação de funções, em razão da maior rigidez das determinações a
serem cumpridas.
VALOR ECONÕMICO