MERCADO DE TRABALHO


Trabalhar por conta própria é a saída para quase 25 milhões de pessoas.

Resultado recorde reflete lentidão de mercado formal; 1,6 milhão de trabalhadores viraram MEI em seis meses.

No segundo trimestre, 24,8 milhões de pessoas declararam estar trabalhando nesse modelo, seja formal, quando há o CNPJ, ou informal.

É um recorde também em relação à população ocupada. Dos 87,7 milhões de pessoas com algum tipo de trabalho, formal ou informal, 28,2% trabalhavam por conta própria. 

Em pelo menos 12 estados, o percentual de trabalhadores por conta própria era superior à média nacional, passando de 30%.

O maior deles está no Amapá, onde quase quatro em cada dez trabalhadores (37,69%) era "patrão de si mesmo" ao fim do segundo trimestre deste ano.

“Tanto podem ser aqueles que estavam informais e decidiram se formalizar, quanto aquele empreendedor por necessidade", diz a economista Diana Gonzaga, pesquisadora da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

É considerado um "empreendedor por necessidade" aquele trabalhador que se vê sem opção, seja por não encontrar uma ocupação formal, ou porque começar um comércio ou oferecer um tipo de serviço vira uma solução mais rápida para a manutenção da renda.

De 8,2% do total de microempreendedores em 2019, a alimentação virou fonte de renda de quase 10% dos que se formalizaram em 2020, e respondeu por 9,2% no primeiro semestre de 2021. 

“O setor foi o mais procurado nos últimos cinco anos, mas a pandemia turbinou isso”, diz Luiz Rubi, economista da Serasa.

Levantamento do birô de crédito mostra um salto na formalização de MEIs no primeiro semestre deste ano. 

De janeiro a junho, 1,6 milhão de trabalhadores fizeram seus cadastros como MEI, uma expansão de 31,2% em comparação com igual período do ano anterior —maior variação observada desde 2012.

O crescimento desse tipo de formalização está ligado às sucessivas crises do emprego formal, ainda que uma parte desses estejam realizando um sonho de autonomia ao ter o próprio negócio.

O economista da Serasa lembra que a expansão no número de microempreendedores vem desde a crise econômica de 2016. 

“Na sequência, tivemos três anos de baixíssimo crescimento. Abrir um negócio próprio vem sendo uma válvula de escape para milhões de brasileiros”, diz Rubi.



FOLHA DE SÃO PAULO
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