Fapes vai fechar o seu plano BD


A Fapes vai fechar o seu BD a novas adesões e estuda colocar em seu lugar um plano CD ou CV, cuja proposta de criação deverá seguir para a Previc em março ou abril , de acordo com a economista Solange Vieira, que assumiu a direção da entidade em novembro passado. O fechamento já foi aprovado pelo conselho deliberativo da Fundação e o jornal lembra a certa altura que isso ocorre muito tempo depois de ter acontecido em outras estatais, onde os BDs foram fechados a novos ingressos nos anos 90 e início de 2.000.

Para Solange, é uma evolução natural e esperada, uma vez que os BDs trazem riscos que os patrocinadores não querem mais em geral assumir. Por exemplo, atualmente patrocinadoras e participantes fazem uma contribuição adicional por 25 anos para cobrir um déficit de R$ 953 milhões relativo a 2015. Um outro resultado negativo de R$ 1,6 bilhão está dentro do limite e ainda pode aguardar para ser equacionado, sendo que a rentabilidade acumulada de 12% entre janeiro e setembro encontra-se acima da meta atuarial e poderá deixar a conta mais amena.

Por outro lado, a fundação terá que atualizar o perfil da família padrão dos participantes que, segundo os cálculos de Solange, poderá ter impacto de R$ 582 milhões, algo que ainda será levado ao Conselho Deliberativo. Caso haja necessidade, a Fapes poderá optar por uma via diferente em vez das contribuições adicionais, como a redução dos benefícios, uma mexida no valor das pensões e na forma de cálculo dos benefícios.

Na visão do Vice-presidente da Associação de Aposentados da Fapes, Luíz Borges, as medidas, se implementadas, são boas para a solvência do plano, “mas soam injustas para quem contava com os benefícios durante toda uma vida de contribuições pesadas. E são ainda mais injustas porque recaem sobre os participantes ativos mais do que sobre os assistidos”.

Há também uma proposta de se criar um plano instituído, voltado aos familiares dos participantes, o que poderia triplicar o tamanho da Fundação.

Um dos focos da gestão de Solange é a redução dos custos administrativos da Fundação que, segundo ela, representam quase o dobro da média do sistema. A ideia é convergir para os números da indústria até 2019. “Se conseguirmos atingir essa meta, isso representará ao longo de 25 anos uma economia de R$ 1 bilhão”, afirma ela. A Fundação tem hoje 224 funcionários e Solange diz que analisa a estrutura do fundo de pensão e que precisa revisar e reorganizar processos. “Eu não sei dizer categoricamente se teremos redução de pessoal. Dentro do possível iremos preservar ao máximo os postos de trabalho”, afirma.



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