Governadores de 16 estados pedem que auxílio
emergencial suba para R$ 600
Bolsonaro
quer pagar um valor que depende da composição familiar e pode variar de R$ 150
a R$ 375
Governadores de 16 estados assinaram uma carta à
cúpula do Congresso pedindo que o valor do auxílio emergencial neste ano seja
de R$ 600 por mês.
Portanto, mais alto do que o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) prevê pagar.
“É importante entender o esforço de mitigação da
crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário”, diz o
texto.
Assinaram a carta os nove governadores do Nordeste,
além dos mandatários de Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná,
Rio Grande do Sul e São Paulo.
A lista, portanto, inclui políticos próximos de
Bolsonaro, como o governador Ratinho Júnior (Paraná).
Na semana passada, o governo editou duas MPs
(medidas provisórias) que liberam a nova rodada do auxílio emergencial. Neste
ano, o orçamento do programa é menor e o valor das parcelas será mais baixo do
que a assistência paga em 2020.
O valor padrão do benefício será de R$ 250, mas o
pagamento não será o mesmo para todos os 45,6 milhões de beneficiários
estimados pelo governo.
O pagamento vai depender da composição familiar.
Para mulheres chefes de família, o valor será de R$ 375. Pessoas que vivem
sozinhas receberão R$ 150 por mês.
O governo conseguiu aprovar no Congresso uma trava
de R$ 44 bilhões para o custo da nova rodada do auxílio
emergencial em 2021. Isso coloca limites à cobertura do
programa num momento de auge da pandemia da Covid-19.
Um dos argumentos é que, no ano passado, o país
gastou muito e, por isso, precisou se endividar bastante. Assim, o Ministério
da Economia quer limitar as despesas em 2021.
Na carta, os governadores dizem que entendem a
importância de o Brasil não se desviar de seu compromisso com a
responsabilidade fiscal, mas defendem que isso seja feito no futuro, deixando
espaço agora para a assistência aos mais vulneráveis.
FOLHA DE SÃO PAULO