Depois de ser adiado para depois das eleições municipais, o
envio da reforma da Previdência Social pode ser mais uma vez postergado.
A ala política do governo Michel Temer defende que a proposta
só vá ao Congresso após a aprovação do teto dos gastos públicos no Senado.
Em defesa do novo adiamento, assessores presidenciais dizem
que a reforma da Previdência é um tema muito polêmico e que poderia
"contaminar" o ambiente dentro do Legislativo e atrapalhar o processo
de votação do teto dos gastos.
A equipe de Temer confia na aprovação da PEC (Proposta de
Emenda Constitucional) que limita o crescimento das despesas públicas federais,
mas diz que a votação pode ser atrasada e ficar para 2017 se o clima no
Congresso ficar muito "conflagrado".
A proposta de adiamento do envio da reforma da Previdência já
foi levada a Temer, que ainda não tomou uma decisão final, mas reconheceu que,
neste momento, a prioridade é aprovar o teto dos gastos públicos.
A área econômica é contra adiar. Avalia que o ideal é
encaminhar já a reforma da Previdência pois a Câmara encerrou a votação do teto
e pode dedicar tempo a iniciar as discussões sobre as mudanças nas regras da
aposentadoria.
Segundo a Folha apurou, o presidente pode acatar o conselho
da ala política caso avalie que realmente a reforma pode prejudicar a
tramitação da PEC do Teto.
Os defensores do adiamento alegam ainda que o governo precisa
se reunir com as centrais sindicais, governadores e líderes aliados para fechar
a proposta que será enviada ao Congresso.
O governo já definiu que a reforma vai fixar a idade mínima
de 65 anos para aposentadoria –nos setores público e privado. As novas regras
vão valer para homens com menos de 50 anos e mulheres com idade abaixo de 45.
Haverá um
período de transição para o novo modelo, que deve ser de 20 anos para mulheres
e professores e 15 anos para homens.
Folha de S. Paulo