Idosos
deverão representar 30% da população mundial no final do século.
A população do planeta era de 2,47 bilhões de habitantes no início de
1950, passou para 6,1 bilhões no ano 2000 e deve atingir o pico populacional em
2084, com 10,3 bilhões de habitantes e diminuir ligeiramente para 10,2 bilhões
de habitantes em 2100, segundo números divulgados pela ONU.
Isso significa que a população total do mundo deve estar crescendo 4,1
vezes entre 1950 e 2100, mas com um aumento diferenciado entre os diferentes
grupos etários.
O de 0-14 anos deve crescer 2 vezes nesses 150
anos, já a de 15 a 59 anos 3,9 vezes, enquanto a população de idosos de
60 anos ou mais de deve crescer impressionantes 15,4 vezes no período.
O
que traduz um acentuado processo de envelhecimento populacional.
Em termos proporcionais, o grupo etário de 0-14 anos representava 34,7%
da população total em 1950, caiu para 30,6% no ano 2000 e deve ficar em somente
16,5% do total no ano de 2100.
O grupo etário 15-59 anos representava 58% da população total em 1950,
subiu para 60,3% no ano 2000, chegou ao pico de 62,5% em 2010 e deve diminuir
para 55% em 2100.
Já o grupo de idosos de 60 anos e mais de idade, que não ia além
dos 7,9% da população total em 1950, chegou a 9,8% no ano 2000 e
atingiu 14% em 2023, deve alcançar 30% da população total em 2100.
Isso traz desafios, um dos quais era mostrado em artigo publicado neste
final de semana por Guita Debert, antropóloga, professora emérita da
Unicamp, e Jorge Félix, Doutor em sociologia (PUC-SP), professor da
pós-graduação em gerontologia da USP e pesquisador do Cebrap.
E um deles é o
"risco de endividamento das pessoas idosas ao terem que custear serviços
de cuidado e saúde privados mas que deveriam ser providos pelo Estado, ao menos
em parte, em respeito às normas constitucionais".
Por conta desse risco os autores do artigo se posicionam a favor do
reajuste real dos benefícios previdenciários para quem ganham o mínimo, para
assim evitar que esses assistidos engrossem as fileiras dos
superendividados e inadimplentes.
O artigo chama a atenção para o fato de que a sugestão de desvinculação
do reajuste real concedido a quem ganha o salário mínimo do aumento concedido
aos que recebem o benefício previdenciário mínimo "aparece no momento em
que a Serasa registra 72,8 milhões de inadimplentes no país.
E por que a
situação das pessoas idosas é mais grave? Embora o grupo entre 41 e 60 anos de
idade seja a maior fatia "negativada" (35%), os idosos representam
18,9% do total de inadimplentes ou 13,7 milhões.
"Portanto, a ideia de desvinculação é posta na mesa quando 40% dos
idosos do país estão inadimplentes.
Ou seja, não conseguem viver de suas
aposentadorias", dizem os autores.
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