O Guia Salarial 2026 da Michael Page, revela um cenário de
cautela e transformação para o RH brasileiro. Segundo o levantamento, 45% das
empresas não pretendem conceder aumentos salariais no próximo ano — índice que
cresceu 15 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
O estudo, que ouviu 7.147 profissionais e 998 empresas de todo o país,
confirma que o mercado de trabalho atravessa um período de ajuste financeiro e
reavaliação das estratégias de retenção de talentos, em um contexto de avanço
da automação, pressão inflacionária e mudanças nas expectativas dos
trabalhadores.
De acordo com o levantamento, 59% dos profissionais não receberam
aumento nos últimos 12 meses, e só 5% se dizem plenamente satisfeitos com a
remuneração atual.
Para o presidente da Michael Page Brasil,
Ricardo Basaglia, o momento é de atenção.
O déficit de profissionais qualificados é hoje o principal desafio das
empresas — 73% afirmam encontrar dificuldade em contratar devido à escassez de
talentos com competências técnicas e comportamentais.
Embora o domínio de
tecnologias como IA generativa e análise de dados siga valorizado, o RH tem
priorizado candidatos com habilidades socioemocionais.
Com menos espaço para reajustes salariais, as empresas passam a apostar
em benefícios mais robustos e flexíveis.
Segundo o Guia, 55% das empresas
acreditam que eles serão cada vez mais o principal fator de atração e retenção
de talentos, e 42% dos candidatos dizem preferir planos personalizáveis, que
incluam bem-estar, capacitação e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
MUNDO RH