A sinalização de
que a agenda econômica pode voltar aos trilhos deu novo fôlego aos mercados
brasileiros, informa toda a mídia. Mesmo com o persistente clima de
cautela entre os investidores, o bom desempenho dos ativos se apoiou ontem na
indicação de partidos do chamado Centrão de que votarão as medidas provisórias
(MPs) que estão perto de caducar.
Ontem, o dólar
interrompeu uma sequência de quatro altas consecutivas e fechou em baixa de
1,35%, aos R$ 4,0478, bem perto da mínima do dia, de R$ 4,0473. O movimento
levou o real a um dos melhores resultados do dia na lista das 33 principais
moedas globais, depois de sessões sem alívio, quando ficou nas piores
colocações. Outro bom termômetro da percepção de risco, o juro de longo prazo
medido pelo DI para janeiro de 2025 caiu de 8,77% para 8,59%. Já o Ibovespa
encerrou em alta de 2,76%, aos 94.485 pontos, com giro financeiro de R$ 13,7
bilhões, um pouco acima da média no ano.
Mesmo com as
perspectivas de crescimento do Brasil sendo revisadas fortemente para baixos
nas últimas semanas, a Fitch decidiu ontem reafirmar o rating "BB-"
do país, com perspectiva estável.
O cenário base da
agência de classificação de risco, no entanto, contempla a aprovação da reforma
da Previdência e de outras medidas de ajuste fiscal que ajudem a garantir a
sustentabilidade da dívida pública no médio prazo. Sem isso, um novo rebaixamento
na avaliação soberana é provável.
O GLOBO