Lucro dos bancos cai 26% em 2020 com pandemia, diz
Banco Central.
Autoridade
monetária espera que rentabilidade das instituições financeiras se recupere
este ano.
A pandemia de Covid-19 afetou o sistema financeiro e provocou queda de
26% no lucro dos bancos em 2020, com relação ao ano anterior, segundo relatório
publicado pelo BC (Banco Central) nesta terça-feira (27).
Os bancos embolsaram R$ 88,6 bilhões em 2020,
contra R$ 119,7 bilhões em 2019, diferença de R$ 31,1 bilhões.
De acordo com o documento, contudo, o impacto na rentabilidade das instituições financeiras não
gerou riscos relevantes para a estabilidade do segmento.
"A crise sanitária afetou a rentabilidade dos bancos em 2020, porém sem
acarretar riscos relevantes para a estabilidade financeira.
A pandemia
interrompeu a recuperação da rentabilidade que vinha ocorrendo desde 2015-2016",
diz o estudo.
Segundo o BC,
embora ainda haja incertezas sobre a evolução da
pandemia, a tendência é que o lucro
dos bancos cresça em 2021.
A margem de lucro das operações de crédito
também se reduziram em 2020 e, segundo o BC, podem ficar sob pressão no curto
prazo com novas altas da taxa básica de juros (Selic).
O retorno do crédito caiu 2,2 pontos
percentuais, acima da queda do custo de captação dos bancos, que foi de 1,96
ponto no período, o que pressionou a margem.
Além disso, o crescimento dos
empréstimos no ano se deu em modalidades mais baratas, com menor retorno.
"O número de agências e de funcionários do
sistema bancário continuou em queda em 2020.
Essa tendência deve continuar nos
próximos anos com o uso crescente de canais de atendimento digitais pelas
instituições e seus clientes.
A pandemia da Covid-19 tem sido um catalizador
desse processo.
A migração para os canais digitais deve inicialmente demandar
maiores investimentos em tecnologia para, no futuro, reduzir custos e aumentar
a eficiência operacional das IFs", pontua.
Souza disse acreditar que o advento de inovações
no mercado financeiro deve trazer mais ganhos que perda aos bancos.
"Com o Pix, por exemplo, as instituições
terão impacto nas despesas na implementação de tecnologias e nas receitas com
transações, mas terão redução de outros custos, como manutenção de agências e
despesas com numerário.
Particularmente acredito que terão redução maior nas
despesas que queda nas receitas", ponderou o diretor.
FOLHA DE SÃO PAULO