Mudanças climáticas fazem
empresas de seguro mudarem cálculo de risco para não perder dinheiro.
Companhias contratam seguros para ressarcir clientes vítimas de
incêndios florestais, inundações e outros.
Com a intensificação de
desastres como os incêndios florestais que devastaram
a cidade havaiana de Lahaina e as tempestades que destruíram telhados do
Alabama a Massachusetts na semana passada, as seguradoras deixaram de oferecer
cobertura em determinadas regiões dos Estados Unidos ou reduziram os tipos de
danos por cujo reparo pagarão.
A mudança foi impulsionada por
uma parte do setor financeiro que quase sempre passa despercebida, o segmento
de resseguros, que oferece seguro às seguradoras.
As empresas do segmento prometem
entrar com dinheiro —geralmente grandes quantias— quando algo como um furacão,
incêndio florestal ou outro grande desastre cria danos que são caros e amplos
demais para que as seguradoras cubram sozinhas. No início do ano, quase todas
elas aumentaram os preços.
Nas semanas que antecederam o dia 1º de janeiro, a data em
que cerca de metade das apólices de resseguro são renovadas para o ano, as
empresas de resseguros notificaram às seguradoras dos Estados Unidos e do Canadá —de grandes operadoras nacionais, como a State Farm e a Farmers,
até as empresas menores e mais especializadas— que seus preços subiriam.
Isso
levou a uma série de negociações tensas entre essas seguradoras e companhias
como a Swiss Re, a Odyssey Re e outras empresas de resseguros, muitas das quais
com sede fora dos Estados Unidos.
As fortes tempestades nos Estados Unidos causaram quase 70%
das perdas que as seguradoras de todo o mundo sofreram neste ano devido a desastres naturais, de acordo com um relatório da resseguradora Swiss
Re, sediada em Zurique, divulgado em 9 de agosto. E o clima não tende a
melhorar.
Com a cautela exibida pelas empresas de resseguros, algumas
seguradoras estão recorrendo a outros métodos para garantir dinheiro de
reserva.
Um deles, o mercado de títulos de catástrofe, permite que os
investidores apliquem dinheiro que pode ser usado para cobrir perdas causadas
por grandes catástrofes em troca de pequenos pagamentos regulares, com um
retorno de investimento atraente.
Um total recorde de US$ 7,1 bilhões em
títulos de catástrofe foi emitido durante o segundo trimestre deste ano, de
acordo com a Artemis, uma empresa que acompanha o mercado de títulos.
SONHO SEGURO