LULA x BC


A queda de braço entre Lula e o Banco Central.

Tensão de contornos políticos entre governo e autoridade monetária reforça ceticismo do mercado.

As críticas do presidente Lula (PT) ao Banco Central escalaram nos últimos dias. Em discurso nesta segunda-feira (6), o petista classificou como vergonhoso o atual patamar da Selic, mantido em 13,75% na reunião de semana passada do Copom, o Comitê de Política Monetária do BC.

Em tom de provocação, Lula também incitou os empresários a se unirem à ofensiva contra o nível elevado da taxa básica de juros

"Precisa aprender a reclamar, porque quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava", protestou.

É a primeira vez que Lula lida com um BC autônomo, o que foi garantido por lei em 2021, com mandato de quatro anos para o presidente e a diretoria do banco. 

A troca de farpas com o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, tem contornos políticos. Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro e é figura próxima de aliados do ex-presidente.

Até aqui, a politização do tema tem contribuído para reforçar o ceticismo do mercado com Lula, o que tem piorado as expectativas de inflação e pressionado os juros.



FOLHA DE SÃO PAULO
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