MERCADO DE LUXO


Com restrição a viagens internacionais na alta renda, grifes de luxo avançam no Brasil.

Mesmo com restrição ao funcionamento, alguns segmentos, como joalherias, se destacaram.

Apesar da pandemia, o Brasil vem se destacando no resultado das grandes marcas do luxo. No segundo trimestre de 2020, após a chegada do vírus, a venda despencou, mas o balanço das grifes reagiu no fim do ano.

 O mercado brasileiro se beneficiou da concentração das vendas no país por causa das restrições a viagens internacionais

O especialista em mercado de luxo Carlos Ferreirinha diz que se trata de um consumidor menos sensível a crises, sem medo de perda de emprego ou endividamento.

Segundo Ferreirinha os juros em patamar baixo incentiva o consumo da alta renda, especialmente os itens com potencial de valorização, como joias e obras de arte.

Na LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton e TAG Heuer, a queda em itens de vestuário e couro foi de 37% no segundo trimestre de 2020. 

O final do ano na categoria, por outro lado, registrou avanço de 18% ante o trimestre final de 2019.

Desempenho parecido foi registrado pela Kering, dona da Gucci, que viu suas vendas despencarem 30% no primeiro semestre, mas reduziu a queda para 3% nos últimos seis meses do ano. 

As vendas online avançaram 67% em 2020 na companhia.

A Bvlgari, do grupo LVMH, diz que seus resultados estão 12% acima do registrado em 2020 para o mês de março no Brasil. 

Christian Konrad, diretor para América Latina e Caribe, atribui o desempenho ao fato de os brasileiros de alta renda estarem viajando menos e comprando mais no mercado local.

A marca de relógios Panerai, do grupo suíço Richemont, também atribui o recente aquecimento à concentração do consumo no Brasil. 

A empresa diz que as vendas de seu ecommerce no país, lançado em 2019, estão acima das expectativas.

Em conferência para analistas no mês passado, a Prada comemorou o avanço de 52% das vendas para o mercado chinês na recuperação do fim de 2020, mas também elencou o Brasil entre os mercados com bom desempenho. 

A Salvatore Ferragamo diz ter alcançado resultado positivo em todos os mercados da América Central e do Sul no final de 2020, exceto México.



FOLHA DE SÃO PAULO
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