OPEN BANKING


'O maior medo dos bancos é perder a relação direta com os clientes', diz diretor do BC sobre open banking.

Primeira fase do novo modelo começa a funcionar em novembro, quando os bancos compartilharão as informações de seus produtos financeiros para padronização.

 O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, afirmou que o maior medo dos bancos com relação ao Open Banking é perder a relação direta com seus clientes.

"Vejo que o maior medo dos bancos é perder a relação direta com seus clientes, que plataformas entrem no meio do caminho", afirmou em evento da Uqbar nesta terça-feira (29).

open banking, ou Sistema Financeiro Aberto, será uma plataforma pela qual o consumidor poderá compartilhar seus dados financeiros com outras instituições em busca de condições de crédito melhores.

"As instituições estão reagindo a esses processos, para a evolução do sistema com a participação de todos. Nosso maior objetivo é que o consumidor tenha condições de fazer a melhor escolha", completou.

O diretor usou o exemplo do WeChat, plataforma chinesa que faz intermediação de pagamentos e produtos financeiros, entre outros serviços.

"É uma empresa que vende produtos e o cliente adquire aquele produto sem saber que por trás tem uma instituição. Os dados do cliente fluem pela plataforma e os dados são o ouro da vez", disse.

A primeira fase do novo modelo começa a funcionar em novembro, quando os bancos compartilharão as informações de seus produtos financeiros para padronização.

Como será implementado em etapas, os clientes só poderão utilizar a ferramenta em outubro do próximo ano.

O objetivo é que o cliente consiga empréstimos mais baratos, o que aumenta a concorrência no setor.

Segundo Damaso, a pandemia do novo coronavírus acelerou o processo de digitalização dos serviços bancários e pagamentos.

“As gerações mais antigas, apesar de não terem crescido com o acesso remoto, vêm usando cada vez mais essas ferramentas, se adaptando e muitas vezes preferindo aos métodos tradicionais. 

O isolamento social deu um empurrão, principalmente para essa geração dos nossos pais e avós. 

Eles não podiam sair de casa e queriam ter esse acesso, aprenderam na marra e gostaram”, exemplificou.

Para ele, as empresas que identificarem e anteciparem as demandas dos clientes terão vantagens neste primeiro momento.

“Quem perceber e antecipar essas demandas de forma mais consistente vai largar na frente, o que é uma grande vantagem. As instituições estão atentas a esse processo”, ressaltou.



FOLHA DE SÃO PAULO
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