PERSPECTIVA SEMANAL


Copom em linha, sinalizando dependência dos dados.

A decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) da última quarta-feira veio amplamente em linha com as expectativas. 

A comunicação mostrou continuidade em relação às falas recentes dos dirigentes: o comitê incorporou ao comunicado pontos que já vinham sendo sinalizados em discursos públicos e seguiu dando passos graduais na flexibilização do tom, contudo, sem oferecer indicações claras sobre o próximo movimento de política monetária.

Na avaliação de atividade, o BC exerceu uma assimetria levemente dovish, ao demonstrar maior confiança no processo de desaceleração da economia. 

No mercado de trabalho, houve um ajuste sutil, mas relevante, na linguagem: o termo "dinamismo" foi substituído por "resiliência", reforçando a leitura de que, embora ainda aquecido, o mercado de trabalho começa a perder algum fôlego na margem.

A projeção de inflação no horizonte relevante foi revisada para 3,2%, em linha com o esperado, e mantendo a reunião de janeiro como uma possibilidade para o início de cortes da taxa Selic. 

Vale notar, porém, que essa melhora decorreu principalmente do comportamento dos preços administrados, o que suaviza a leitura mais dovish da revisão e reduz seu poder como sinalização prospectiva.

O Copom reafirmou a estratégia de manutenção da taxa de juros por um período bastante prolongado, preservando o advérbio-chave da comunicação. 

Ainda assim, fez ajustes importantes: a troca da palavra "suficiente" por "adequada" sugere maior confiança de que o nível atual da Selic está cumprindo seu papel, e a inclusão da expressão "em curso" reforça que essa estratégia já está sendo implementada. 

Embora o comitê mantenha a possibilidade de retomar o ciclo de alta de juros, essa menção aparece de forma mais protocolar, alinhada ao funcionamento usual de uma autoridade monetária.

No conjunto, o comunicado revela um BC confortável com sua estratégia atual, disposto a avaliar com calma a evolução dos dados até janeiro antes de qualquer reavaliação. Mantemos, assim, nosso cenário-base de que o início do ciclo de cortes da Selic ocorra apenas a partir de março.

Destaques da semana

Brasil:

A agenda doméstica será marcada pela divulgação da Ata do Copom e do Relatório de Política Monetária, além do índice de atividade.

Segunda-feira: Balança Comercial Semanal; IBC-Br (outubro); Relatório Focus; IGP-10 (dezembro).

Terça-feira: Ata do Copom; FGV CPI IPC-S (2ª semana de dezembro).

Quinta-feira: Relatório de Política Monetária.

Sexta-feira: Conta Corrente (novembro).

Estados Unidos:

A agenda da semana nos EUA será marcada pela divulgação do Payroll e do CPI, além de indicadores do mercado imobiliário e de discursos de membros do Federal Reserve (Fed).

Segunda-feira (15): Índice Empire Manufacturing (dezembro); Concessões de Alvarás (prévia de setembro); Venda de Casas Pendentes (setembro); NAHB - Confiança do Construtor (novembro); discursos de Stephen I. Miran e John C. Williams (Fed); Gastos com Construção (setembro); Novas Construções Residenciais (setembro).

Terça-feira (16): ADP - Emprego no Setor Privado Semanal; Payroll (novembro); Taxa de Desemprego (novembro); Vendas no Varejo (outubro); S&P Global PMI de Serviços e Manufatura (dezembro); Estoques do Atacado (setembro).

Quarta-feira (17): Discursos de Christopher J. Waller, John C. Williams e Raphael W. Bostic (Fed).

Quinta-feira (18): Pedidos de Seguro Desemprego (2ª semana de dezembro); CPI (novembro); Sondagem Industrial do Fed Filadélfia (dezembro); Sondagem Industrial de Kansas City (novembro).

Sexta-feira (19): Vendas de casas existentes (novembro); Confiança do consumidor da Univ. de Michigan (final de novembro); Expectativas de inflação de 1 e 5-10 anos da Univ. de Michigan (final de dezembro); Índice de Serviços do Federal Reserve do Kansas (dezembro).

Europa:

Na Zona do Euro e Reino Unido, a semana será decisiva com as reuniões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE), além de dados de inflação e atividade.

Segunda-feira: Índice de Preços do Atacado da Alemanha (novembro); Produção Industrial da Zona do Euro (outubro).

Terça-feira: Taxa de Desemprego do Reino Unido (outubro); Balança Comercial da Zona do Euro (outubro); HCOB PMI de Serviços e Manufatura da Alemanha (prévia de dezembro); discurso de François Villeroy de Galhau (BCE); HCOB PMI de Serviços e Manufatura do Reino Unido (prévia de dezembro); HCOB PMI de Serviços e Manufatura da Zona do Euro (prévia de dezembro); Pesquisa Zew da Alemanha (dezembro).

Quarta-feira: CPI do Reino Unido (novembro); Índice de Preços do Varejo do Reino Unido (novembro); IFO - Pesquisa de Clima de Negócios da Alemanha (dezembro); CPI da Zona do Euro (final de novembro).

Quinta-feira: Decisão da Taxa de Juros do BoE; Decisão da Taxa de Juros do BCE; discurso de Christine Lagarde (BCE); GfK - Confiança do Consumidor do Reino Unido (dezembro).

Sexta-feira: PPI da Alemanha (novembro); GfK - Confiança do Consumidor da Alemanha (janeiro); Vendas no Varejo do Reino Unido (novembro); discursos de Pierre Wunsch, Martin Kocher e Olli Rehn (BCE); Conta Corrente da Zona do Euro (outubro); Confiança do Consumidor da Zona do Euro (prévia de dezembro).

Ásia:

Na Ásia, o destaque será a decisão de taxa de juros do Banco do Japão (BoJ) e a divulgação de dados de atividade econômica da China.

Segunda-feira: Vendas no Varejo da China (novembro); Produção Industrial da China (novembro); Pesquisa trimestral Tankan do Japão.

Terça-feira: S&P Global PMI de Serviços e Manufatura do Japão (prévia de dezembro).

Quarta-feira: Balança Comercial do Japão (novembro); Pedidos de Máquinas do Japão (prévia de novembro).

Quinta-feira: Natl CPI do Japão (novembro).

Sexta-feira: Decisão da Taxa de Juros do BoJ



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