Presentes mais de meia
centena de dirigentes das associadas regidas pela Lei Complementar 108, a
Abrapp promoveu ontem uma exposição seguida de debates a respeito do PLP 268,
que trata da governança das entidades patrocinadas pelo setor público e
que, vindo do Senado, tramita desde junho do ano passado na Câmara sob
regime de urgência. Prevaleceu durante toda o evento o sentimento de que
o mais importante hoje é garantir que o projeto seja votado pelos deputados
incorporando os avanços contidos nos dois substitutivos apresentados,
evitando-se assim o texto original.
Resumindo as conclusões
tiradas do debate, o Presidente da Abrapp, Luís Ricardo Marcondes Martins
apontou como principais aspectos a serem defendidos que as diretorias das
entidades sejam constituídas segundo regras próprias derivadas da cultura
interna e expressas no regulamento, ao mesmo tempo em que os diretores tenham
mandato a cumprir de pelo menos 4 anos, tempo mínimo adequado aos objetivos de
longo prazo dos fundos de pensão.
Vários avanços - Segundo o advogado Luiz
Brum, Coordenador da Comissão Técnica Nacional de Assuntos Jurídicos da Abrapp,
os avanços contidos nos substitutivos dos deputados Marcus Pestana (PSDB-MG) e
JHC (PSB-AL), foram vários, como a eliminação da figura do conselheiro independente,
a extensão da estabilidade aos conselheiros fiscais e a fiscalização do TCU -
Tribunal de Contas da União restrita à verificação da regularidade e correção
das contribuições vertidas pelo patrocinador. Pestana e JHC além disso
incluiram em seus textos boas ideias vindas do PLP 274, fruto da fase
propositiva da CPI dos Fundos de Pensão, como os comitês de investimento e as
auditorias internas, ajustando a sua existência, no entanto, ao porte da
entidade e, portanto, sua capacidade de suportar novos custos.
Entretanto, os substitutivos conservaram equívocos como ser a formação da
diretoria executiva pautada por processo seletivo, algo que dependendo da forma
como será conduzida pode excluir profissionais que fizeram carreira na
patrocinadora e associada e se mostram altamente comprometidos com a
organização. Mantiveram também o mandato de 2 anos para diretores, tempo
claramente insuficiente para uma gestão focada no longo prazo.
Na reunião ficou acertado que a Abrapp irá agora
produzir um documento que expresse esse posicionamento, apresentando-o para
discussão na série de Encontros Regionais 2017, o primeiro dos quais
será realizado na próxima segunda-feira (10), em São Paulo. (
Diário dos Fundos de Pensão