O
crime aumentou durante a pandemia de Covid, quando a força de trabalho das
empresas foi distribuída geograficamente devido ao trabalho remoto, o que
aumentou as brechas para os hackers.
No período, foram alvo no Brasil
companhias como Fleury e Embraer, além do STJ e Tesouro Nacional.
Nos Estados Unidos, criminosos atacaram a JBS e a Colonial
Pipeline, o maior oleoduto do país.
Os números mostram que o problema no Brasil é muito maior do que
se imagina.
Hoje, segundo levantamento a média mensal de ataques a
companhias brasileiras é de 13 mil, sendo que 57% são do tipo da ransomware –
que pedem resgate em dinheiro às empresas.
Os resgates também estão mais caros:
segundo a empresa Unit 42, os valores cobrados pelos criminosos saltaram 82% no
último ano, chegando a US$ 570 mil por ocorrência.
O
pouco investimento no segmento evidencia que a preocupação do empresário
brasileiro está muito aquém do tamanho do problema.
Segundo dados da
consultoria de risco Cyber Risk e da corretora Marsh Brasil, do total de
orçamento com TI das empresas, só 5% são gastos em cibersegurança. Uma das
exceções nessa tendência é o setor financeiro, onde essas despesas sobem,
ficando entre 15% e 18%.
Em artigo em jornal nesta segunda-feira (23), Ronaldo Lemos,
advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, diz
que pandemia de ransomware está só no início e que ataques se sofisticam, e até
funcionários das empresas são cooptados
Existem casos de grandes empresas que já migraram a sua
infraestrutura de TI para servidores externos oferecidos por fornecedores
desse tipo de serviços na nuvem.
Já os grupos hackers se multiplicam, segundo especialistas. “O
ransomware virou uma indústria que vai gerar mais de US$ 20 bilhões de receita
neste ano.
Esse tipo de sequestro cresce, em média, 100% ao ano”, afirma Marco
DeMello, presidente da startup de cibersegurança PSafe.
“O empresário
brasileiro ainda pensa que esse tipo de problema só acontece com multinacional,
mas a história está mostrando que todas as empresas são alvos.”
O GLOBO