Ideológicos e militares fazem ofensiva contra negociações da Embraer com
China.
Ministro de Relações Exteriores,
Ernesto Araújo deve se reunir com diretor da empresa para se opor a eventual
acordo.
Um eventual acordo da Embraer com a China, que tem sido
avaliado pela equipe econômica, conseguiu unir dois núcleos do governo que costumam ser antagônicos.
A cúpula fardada e o grupo ideológico iniciaram uma ofensiva para convencer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
a não iniciar uma negociação com o país asiático.
O movimento mais incisivo tem sido
feito pelo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. Ele deve se reunir nesta
semana com representantes da Embraer.
Internamente, de acordo com
integrantes do governo, o chanceler já trabalha para evitar que as tratativas
com o país asiático possam ter sucesso.
A negociação com a China é vista com
reserva pelos militares e pelos ideológicos.
A
hipótese de negociações com empresas da segunda maior economia do mundo foi
levantada pela equipe econômica em meio às discussões sobre o futuro da
Embraer. A empresa iniciou batalha com a Boeing.
A China passou então a ser vista pela equipe de Paulo Guedes
como uma saída. Essa opção, porém, não é unânime no grupo.
A disponibilidade de recursos e o potencial de crescimento do
mercado asiático são apontados como facilitadores desse processo.
De acordo com relatos, esse ponto de vista tem o apoio tanto do
vice-presidente Hamilton Mourão como da ministra da Agricultura,Tereza
Cristina.
Embora não haja uma diretriz concreta por parte do governo sobre
os próximos passos, para membros do time de Guedes, mostra-se favorável o fato
de a China estar em plena expansão desse mercado, enquanto os mercados dos
Estados Unidos e da Europa já estão mais maduros.
FOLHA DE SÃO PAULO